Os dois passageiros que embarcaram no voo MH-370 da Malaysia Airlines com passaportes roubados não tinham aparência asiática, disse o chefe do Departamento de Aviação Civil da Malásia, na manhã desta segunda-feira (10), durante entrevista coletiva.

“Está confirmado agora que eles não eram homens de aparência asiática”, disse Azharuddin Abdul Rahman.

Ao ser questionado por um repórter como “mais ou menos” eles se pareciam, Rahman respondeu: “Vocês conhecem um jogador de futebol chamado Balotelli?” O italiano Mario Balotelli é negro.

Um deles já foi identificado — mas sua identidade não foi divulgada.

“Posso confirmar que não é malaio, mas não posso divulgar ainda de que país pertence”, disse o inspetor-geral da polícia da Malásia, Tan Sri Khalid Abu Bakar, segundo o jornal local “The Star”.

“O homem também não é da província chinesa de Xinjiang”, acrescentou ao se referir à região autônoma onde um conflito entre o regime comunista e minorias muçulmanas (os uigures) aumentou nos últimos anos.

Autoridades do país afirmaram que, de acordo com as imagens das câmeras de vídeo do aeroporto de Kuala Lumpur, os dois passageiros passaram por todos os controles de segurança antes de embarcarem.

As autoridades também disseram que a área de buscas será expandida em 100 quilômetros de raio e que ainda não há pistas sobre o paradeiro da aeronave que viajava de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China. O governo chinês anunciou, nesta segunda-feira, que vai ajustar as operações de seus satélites orbitando ao redor da Terra para auxiliar nas buscas pelo avião desaparecido. Navios, aviões e helicópteros de pelo menos 10 países estão trabalhando nas buscas. Navios serão enviados a áreas próximas a Hong Kong na tentativa de encontrar algum vestígio da aeronave.

Nesta segunda-feira, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Qin Gang, subiu o tom e exigiu que o governo da Malásia aumentasse seus esforços para dar assistências às famílias das vítimas do voo MH-370. Pelo menos dois terços das 239 pessoas a bordo do avião desaparecido eram de origem chinesa. “O governo chinês demanda que a Malásia aumente seus esforços para acelerar uma investigação e fornecer informações precisas à China”, disse o porta-voz.

A aeronave desapareceu dos radares no sábado (8), uma hora depois de decolar.