Naufrágio da Coreia: sobrevivente se arrepende de não ter tentado salvar estudantes

Um sobrevivente do desastre da balsa sul-coreana falou sobre a agonizante escolha que teve que fazer entre continuar tentando resgatar os estudantes que eram arrastados pela água ou se salvar. “Nós estávamos tentando puxá-los, mas era muito difícil, então decidimos subir, mas agora eu me arrependo”, disse o motorista de caminhão Choi Eun-su. O número […]

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Um sobrevivente do desastre da balsa sul-coreana falou sobre a agonizante escolha que teve que fazer entre continuar tentando resgatar os estudantes que eram arrastados pela água ou se salvar.

“Nós estávamos tentando puxá-los, mas era muito difícil, então decidimos subir, mas agora eu me arrependo”, disse o motorista de caminhão Choi Eun-su.

O número de mortos confirmados chegou a 150, mas outras 152 pessoas ainda estão desaparecidas e o trabalho dos mergulhadores continua.

Um total de 174 passageiros foi resgatado da balsa, que virou há uma semana, na costa sul do país. Das 476 pessoas a bordo, 339 eram estudantes e professores em viagem escolar.

Choi já havia feito essa viagem centenas de vezes. Ele tinha acabado de tomar café da manhã e subido para o convés para fumar um cigarro.

“De repente, o barco virou e começou a afundar. Eu me dei conta de que iríamos naufragar”.

“Eu estava agarrado ao corrimão e tentei salvar alguns dos alunos no refeitório. Eles estavam deslizando de joelhos. Nós tentamos puxá-los com uma mangueira de incêndio, mas era muito difícil resgatá-los”, lamentou.

Ele contou que seu amigo conseguiu resgatar uma menina de seis anos de idade depois que ela foi passada de mão em mão por seus pais e outros passageiros.

Os pais e passageiros – que não sobreviveram – eram “as pessoas mais corajosas”, segundo ele. Todas as pessoas que ele viu salvarem a menina foram arrastados pela água, contou.

Chamados de socorro

Relatos sugerem que os passageiros foram orientados a permanecer em seus quartos e cabines enquanto o navio virava, pois a tripulação queria aguardar a chegada dos barcos de socorro antes de ordenar a evacuação da balsa.

O capitão do navio disse temer que as fortes correntes marítimas do local arrastassem as pessoas, caso elas pulassem na água. Ele foi preso com outros membros de sua equipe.

A primeira chamada de socorro da balsa foi feita a partir de um telefone celular por um garoto com uma voz trêmula, oficiais disseram.

Segundo a agência, seu chamado foi seguido por mais outras vinte ligações de jovens que estavam a bordo.

Um membro da tripulação disse à imprensa local que a tentativa de usar os botes salva-vidas foram mal sucedidas porque o navio virava muito rapidamente. Apenas dois dos 46 disponíveis foram utilizados.

As autoridades estão agora se preparando para içar a balsa para a superfície, mas eles não podem fazer isso até que todas as famílias concordem – uma decisão difícil de tomar para aqueles que ainda não recuperaram os corpos de seus filhos.

As causas do acidente ainda não estão esclarecidas. Alguns especialistas acreditam que uma curva fechada feita pouco antes do acidente pode ter movido carga pesada e desestabilizado o navio, enquanto outros sugerem que o naufrágio pode ter sido causado por uma colisão com uma rocha.

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