Subiu para cinco o número de mortos após o acidente com a passarela que desabou na terça-feira (28) na Linha Amarela, no Rio de Janeiro. Luiz Carlos Guimarães, 70, estava no hospital Salgado Filho, no Méier, e morreu na manhã desta quarta (29). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ele sofreu traumatismo craniano, com edema cerebral, e fratura nas costas. O homem estava em coma e respirava com a ajuda de aparelhos desde a chegada ao hospital.

No acidente de terça, duas pessoas que estavam na passarela no momento da colisão morreram. As outras três estavam em um Palio e um táxi que ficaram esmagados pela estrutura de metal e concreto que foi derrubada pela caçamba. O motorista do caminhão disse à que sabia da proibição ao tráfego de caminhões no horário em que entrou na via, por volta das 9h15.

A passarela desabou depois que um caminhão colidiu com a estrutura. O motorista do veículo, Luis Fernando Costa, 30, foi socorrido para o hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e está lúcido, já tendo inclusive conversado informalmente com o delegado responsável pelo caso. Ele foi submetido a tomografia de tórax, abdômen e pelve e não sofreu .

Estrutura

A estrutura de aço da passarela é resistente e pode ser reaproveitada no mesmo local, de acordo com avaliação do engenheiro civil Antonio Eulálio Pedrosa Araújo, conselheiro do CREA-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro).

Araújo esteve no local do acidente nesta terça e analisou a situação. “Foi uma fatalidade.” Especialista em pontes e estruturas, ele descarta a hipótese levantada por moradores de que um acidente ocorrido em 2001 tenha prejudicado a passarela.

O engenheiro atribui a queda da passarela ao impacto do caminhão que transitava com a caçamba levantada. Segundo ele, apesar de possuir uma estrutura resistente, a passarela não foi projetada para suportar uma “pancada” tão forte. Araújo calcula que o impacto teve uma força superior a 100 toneladas.

A passarela pesava 94 toneladas, de acordo com informação da Prefeitura do Rio. A estrutura metálica tinha 70 metros de extensão, com lajes de concreto no piso e no teto, além de pilares. Para facilitar a remoção, ela foi cortada. Situada entre os acessos 4 e 5 da Linha Amarela, ela ligava duas comunidades do bairro de Pilares, na zona norte do Rio.