Manifestantes questionam destino de R$ 61,5 milhões de verbas da saúde indígena em MS

Indígenas de oito etnias presentes em Mato Grosso do Sul questionaram nesta quarta-feira (23), em reunião com o secretário especial de Saúde Indígena Nacional, Antonio Alves de Souza, o uso de R$ 61,5 milhões que são repassados por ano para o Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul (DSEI/MS).

Segundo eles, apesar de tanto recurso ser disponibilizado pelo Governo Federal, nas aldeias do estado ainda falta muita assistência à saúde dos indígenas, como medicamentos, atendimento médico, odontológico, transporte para assistência, saneamento básico e até água potável.

Para tanto, as etnias pediram a troca imediata da gestão da DSEI, atualmente com técnicos interinos, já que Nelson Carmelo Olazar foi destituído do cargo de chefia. Para novo diretor, os indígenas entraram em consenso e indicaram o técnico de enfermagem Hilário da Silva, da etnia Kadiwéu.

O secretário explicou ao Midiamax que o nome de Hilário será levado de imediato. “Com a nacional aprovando a gente dá uma resposta para eles. Fora isso já detectamos falta de viaturas de assistência, medicamentos, insumos, saneamento e melhorias nas edificações”, afirmou Antônio Alves de Souza.

Além disso, foi prometido aos indígenas pelo secretário a vinda de seis médicos do Programa Mais Médicos para fortalecer a assistência e uma equipe de apoio à nova gestão. “Também pretendemos fortalecer a parceria com os municípios para melhorar o atendimento básico”, ressaltou o secretário.

Hilário Kadiwéu explicou que a ação de imediata é valorizar quem trabalha pela saúde indígena. Para Fernando Souza Terena, um dos pontos principais é a manutenção do sistema de distribuição de água. “Precisamos ampliar os poços artesianos e falta muita manutenção também”, afirmou.

Dados da DSEI apontam que Mato Grosso do Sul tem 75 aldeias, com total de 73 mil indígenas, sendo a segunda maior população de indígenas por estado no país, perdendo apenas para o Amazonas.