A maioria dos americanos é a favor de normalizar as relações com Cuba e que os Estados Unidos se engajem mais diretamente com o governo cubano, de acordo com uma pesquisa publicada nesta terça-feira (11) no jornal “The New York Times”.

A pesquisa foi feita pela Atlantic Council, uma instituição apartidária de Washington. Os resultados refletem pela primeira vez uma mudança de atitude da população americana em relação ao embargo econômico contra Cuba.

Segundo a pesquisa, 56% dos americanos são favoráveis a mudar a política dos Estados Unidos em relação a Cuba. O percentual cresce para 63% quando apenas os moradores da Flórida — Estado que abriga o maior número de imigrantes cubano — são considerados e para 62% entre os latinos que vivem nos Estados Unidos.

O maior apoio para que o governo americano normalize as relações com Cuba vem dos eleitores democratas e daqueles que se descrevem como independentes. Mesmo assim, 52% dos republicanos também querem que os Estados Unidos suspendam o embargo com a ilha dos irmãos Castro.

“Esta pesquisa mostra que a maioria dos norte-americanos, em ambos os lados do espectro político, está pronto para uma mudança de política”, escreveram Peter Schechter e Jason Marczak, os dois principais executivos da Atlantic Council, na pesquisa.

Enquanto a pesquisa mostrou que os americanos têm preocupações sobre a repressão política do governo cubano, o Schechter e Marczak disseram que o país “reconhece a necessidade de alternativas à luz do fracasso da política atual.”

A pesquisa constatou que o custo econômico para os Estados Unidos manter o embargo comercial com Cuba foi um dos principais motivos para a maioria da população desejar a normalização das relações.

Mais de seis em cada dez entrevistados em todo o país deseja que a política mude para permitir que as empresas americanas possam fazer negócios em Cuba e permitir que os americanos tenham liberdade irrestrita de viajar e gastar dinheiro lá.

Além disso, 52% também disseram que Cuba deve ser excluído da lista do governo dos Estados Unidos de países que são considerados patrocinadores do terrorismo . A designação limita automaticamente o tipo de comércio e outras interações que americanos podem ter com Cuba.

Conduzido por telefone em inglês e espanhol, entre 7 e 22 de janeiro, o levantamento foi baseado em respostas de 1.024 adultos selecionados aleatoriamente, com sobre-amostra de 617 residentes da Flórida e 525 latinos. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos em âmbito nacional e de 4 pontos percentuais para os moradores da Flórida e para os latinos.