Mãe de Gabriella aguarda primeira audiência após morte no Hopi Hari
Exatos dois anos após o acidente que matou a adolescente Gabriella Yukinari Nichimura, 14, ao cair de um brinquedo no parque de diversões Hopi Hari, localizado em Vinhedo, interior de São Paulo, a família aguarda com ansiedade a primeira audiência judicial, prevista para 27 de março, na qual serão definidos os responsáveis pela morte da […]
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Exatos dois anos após o acidente que matou a adolescente Gabriella Yukinari Nichimura, 14, ao cair de um brinquedo no parque de diversões Hopi Hari, localizado em Vinhedo, interior de São Paulo, a família aguarda com ansiedade a primeira audiência judicial, prevista para 27 de março, na qual serão definidos os responsáveis pela morte da menina -e a consequente punição. A mãe, Silmara Nichimura, afirma que a demora na finalização do caso é decepcionante, mas não acredita que a decisão venha a alterar a vida da família.
“Mesmo se forem julgados e condenados, mesmo que dessa vez a justiça não falhe, isso não acrescentará nada à nossa vida. Ela nunca mais será a mesma”, diz. A família continua morando no Japão, mas deve retornar para a audiência. “Não tenho sentimento de ódio ou vingança contra qualquer um deles, só quero seguir a vida em paz e é isso que tento fazer todos os dias”, afirma Silmara.
Na esfera cível, a família da vítima, que pediu R$ 4,6 milhões de indenização, chegou a um acordo com o parque, mas os valores não foram divulgados.
Em maio de 2012, a Justiça recebeu denúncia do Ministério Público (MP) contra 12 funcionários do parque sob acusação de homicídio culposo -incluindo o então presidente do Hopi Hari, Armando Pereira Filho e o gerente-geral de manutenção e projetos, Stefan Fridolin Banholzer.
O juiz Fábio Marcelo Holanda, da 1ª Vara Criminal de Vinhedo, onde o caso será julgado, disse que o julgamento será iniciado com depoimentos das testemunhas, mas não informou quantas podem ser ouvidas em um dia. Para o promotor Rodrigo Sanches, que cuidou do caso, houve imprudência do parque. “Foram nove erros, em vários setores, que originaram a morte da Gabriella. E, para o Ministério Público, todos têm a mesma relevância. Por isso, foram 12 indiciados”, disse.
Sobre o julgamento, a direção do parque afirma que “o processo judicial ainda está em curso, portanto o Hopi Hari não considera apropriado realizar comentários enquanto este processo não estiver concluído. Hopi Hari mantém apoio aos seus colaboradores e aguardará a efetiva apuração e decisão judicial”.
Em relação ao brinquedo, que permanece fechado desde o dia do acidente, o Hopi Hari solicitou o desenvolvimento de um projeto de modificação da atração, com a implantação de um sistema adicional de segurança, que inclusive já foi apresentado pelo fabricante. O projeto total de alteração do sistema deve ser aprovado pela TÜV SÜD, empresa especializada em auditar a segurança dos maiores parques do mundo, e ainda não tem data prevista para implantação.
Há dois anos
Gabriella Nichimura morreu após cair de uma altura aproximada de 25 metros a uma velocidade de 90 km por hora no dia 24 de fevereiro de 2012. Ela tinha ido ao Hopi Hari com os pais, a irmã e uma prima. No brinquedo La Tour Eiffel, um elevador que simula queda livre, ela se sentou em uma cadeira que estava desativada havia dez anos por apresentar problemas mecânicos. Na descida, a trava se soltou e ela caiu do brinquedo. Gabriella chegou a receber os primeiros socorros no local, mas não resistiu.
No dia do acidente, funcionários avisaram aos supervisores sobre problemas na trava. A cadeira acabou sendo liberada, erroneamente, para ser utilizada pela adolescente. Segundo a perícia, um dia antes houve remoção de peças desse assento, o que causou o acidente. O parque confirmou que não havia sinalização no local porque o colete travado não permitia a utilização do mesmo. Para que a manutenção fosse realizada, o colete de segurança foi destravado, através de uma chave na parte traseira do assento. Depois da operação, ele não foi ligado novamente, e como não havia sinalização, a adolescente utilizou a cadeira sem saber que ela estava inoperante.
A morte de Gabriella chamou atenção para a questão da segurança em parques de diversão no país, mas no ano seguinte houve um acidente semelhante em outro parque. Em setembro de 2013, uma menina de 3 anos sofreu traumatismo craniano, após cair de um brinquedo no Yupie Park, em São José dos Campos. A queda ocorreu de uma altura de três metros. O equipamento foi lacrado e o parque abriu normalmente no dia seguinte.
Silmara conta que a família está ansiosa pelo início das audiências e reclama da falta de rigor no poder Judiciário. “Não entendemos a demora. Perdemos um pedaço de nós e o parque está como se nada tivesse acontecido. É uma vergonha”, diz.
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