O advogado de Richard Ildivan Gomides Lima, que matou atropelado o segurança David Del Vale Antunes de 31 anos, não entrou em acordo com a família da vítima, durante uma audiência na 8ª Vara Cível de Campo Grande, nesta quinta-feira (24).

David morreu atropelado quando estava parado de moto no cruzamento da Avenida Afonso Pena, com a Rua Rubens Gil de Camilo, em frente do Shopping Campo Grande no dia 31 de maio do ano passado.

O segurança voltava de uma casa noturna onde trabalhava, quando foi atingido na parte traseira da moto, pelo carro Punto (NRF-8668), dirigido pelo jovem autor, que segundo a polícia estava embriagado.

Após o atropelamento, Richard ainda tentou fugir sem prestar socorro. Ele foi preso logo depois pela Polícia Militar e ficou pouco mais de cinco meses preso, até ter o pedido de liberdade provisória aceito pela Justiça.

De acordo com a viúva Lays Mariane de Oliveira da Silva, 25, que hoje cuida do filho de 2 anos, e mora numa casa cedida pela família, o valor oferecido não foi aceito.

O advogado de Richard ofereceu R$ 114 mil. A indenização seria em 12 parcelas de R$ 1 mil, um valor de R$ 32 mil além de meio salário mínimo ao filho de David, até que ele complete 18 anos, totalizando R$ 114 mil, incluindo os honorários advocatícios. A família pede R$ 535.948,13 de indenização, incluindo os honorários.

Richard, seu pai, Lays, mulher de David e os advogados estiveram presentes na audiência. “Foi a primeira vez que eu vi ele, tinha uma mesa entre nós, mas parecia que tinha um oceano”, disse Lays.

“Meus advogados juntaram documentos sobre os bens da famílias, só um imóvel deles tem mais de 500 mil metros quadrados. Hoje estou desempregada, tenho que cuidar do meu filho, onde eu vou comprar um terreno com 32 mil reais?”, diz Lays.

Acidente

O choque entre os veículos foi tão forte, que após o Punto bater na traseira da moto Yamaha Factor, placa HTR-3576 do segurança, o corpo do motociclista foi parar a 38 metros do local da batida e a moto a 57 metros, de acordo com a polícia.

Dentro do veículo, os policiais encontraram duas latas de cerveja. Questionado, o estudante de Direito Richard teria confessado que bebia desde as 23 horas do dia anterior.

Ele se recusou a realizar o teste do bafômetro. “Ele não conseguia nem ficar em pé”, disse um dos policiais. A vítima, que sofreu diversas fraturas, traumatismo craniano e chegou a perder massa encefálica no local.