Hong Kong: estudantes convocam referendo para decidir futuro de protestos
Os líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong convocaram consulta para domingo (26) entre os manifestantes, a fim de decidir se aceitam as propostas que o governo apresentou na terça-feira (21) para prosseguir com a negociação sobre uma possível reforma eleitoral. O anúncio foi feito pelo secretário-geral da Federação de Estudantes, Alex Chow, acompanhado por […]
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Os líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong convocaram consulta para domingo (26) entre os manifestantes, a fim de decidir se aceitam as propostas que o governo apresentou na terça-feira (21) para prosseguir com a negociação sobre uma possível reforma eleitoral.
O anúncio foi feito pelo secretário-geral da Federação de Estudantes, Alex Chow, acompanhado por Benny Tai, um dos cofundadores do movimento Occupy Central, à multidão concentrada, na noite dessa quinta-feira, no distrito de Admiralty, próximo à sede do Executivo de Hong Kong. A organização e o movimento lideram os protestos.
A decisão foi tomada depois do histórico, mas infrutífero, diálogo entre os estudantes e o governo na terça-feira.
Os manifestantes prosseguem hoje com os acampamentos em três pontos da cidade, quando o movimento completa quase um mês de ocupação das ruas.
Os organizadores dos protestos definiram a votação popular como um exercício democrático, com o qual procuram conhecer a opinião dos manifestantes sobre a direção a tomar nas negociações com o governo. A decisão, no entanto, não implica a retirada imediata das zonas de protesto.
A votação, aberta ao público, será levada a cabo no domingo à noite, na zona ocupada pelos manifestantes no distrito de Admiralty, no centro financeiro da cidade, de onde são dirigidos os protestos desde 28 de setembro.
Os manifestantes defenderam que, ainda que o voto no referendo represente um aval popular, cabe ao governo oferecer uma solução para a crise. Eles pediram eleições democráticas em 2017.
Durante o primeiro diálogo na terça-feira, a secretária-chefe, Carrie Lam, propôs aos estudantes a possibilidade de enviar um relatório ao governo chinês que refletisse a opinião dos cidadãos sobre a reforma eleitoral elaborada pela Assembleia Nacional Popular (ANP, o órgão legislativo chinês) para Hong Kong. A reforma restringe a eleição livre de candidatos ao governo da cidade nas eleições de 2017.
Lam considerou, além disso, a criação de uma plataforma na qual diferentes setores sociais da cidade, incluindo os estudantes, pudessem participar do desenvolvimento de uma reforma constitucional a longo prazo para Hong Kong.
A Federação de Estudantes rejeitou, em primeira instância, as propostas do governo por considerar que careciam de poder para reverter a decisão da ANP, tomada em agosto. A entidade considerou que as propostas deveriam abordar a situação eleitoral de 2017.
Estudantes e governo reuniram-se três semanas depois do início da maior campanha de desobediência civil em defesa de maiores liberdades democráticas para Hong Kong. No debate, as duas partes expuseram os seus pontos de vista, mas não chegaram a acordo.
As três zonas tomadas por ativistas pró-democratas amanheceram com manifestantes nas ruas nesta sexta-feira, quando o movimento completa o 27º dia.
No distrito de Mong Kok, uma das três áreas ocupadas na Península de Kowloon, grupos de manifestantes passaram parte da noite a reforçar barricadas, depois de algumas ‘trincheiras’ terem sido retiradas por opositores do movimento durante os confrontos registrados ao longo dessa quinta-feira.
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