Filha do rei da Espanha responde a interrogatório de quase sete horas
A princesa Cristina Bourbon, filha do rei espanhol Juan Carlos, foi interrogada hoje (8) por quase sete horas no tribunal de Palma de Maiorca. Durante a primeira parte do interrogatório, conduzida pelo juiz José Castro e que durou cerca de cinco horas, a infanta reiterou que desconhecia aspectos da gestão da empresa da qual era […]
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A princesa Cristina Bourbon, filha do rei espanhol Juan Carlos, foi interrogada hoje (8) por quase sete horas no tribunal de Palma de Maiorca. Durante a primeira parte do interrogatório, conduzida pelo juiz José Castro e que durou cerca de cinco horas, a infanta reiterou que desconhecia aspectos da gestão da empresa da qual era sócia com o marido, em quem disse confiar totalmente. Esta foi a primeira vez que um membro de uma família real europeia respondeu perante à Justiça por um caso de corrupção.
Cristina chegou ao tribunal espanhol por volta das 9h40 (6h40 em Brasília) para ser ouvida como ré em uma acusação de fraude fiscal e lavagem de dinheiro. Ela deixou o local pouco depois das 18h (15h em Brasília). Após o intervalo para almoço, a princesa foi interrogada pelo procurador Pedro Horrach. A filha de Juan Carlos recusou-se a responder às acusações dos advogados particulares e aos advogados de defesa de outros arguidos no processo.
Durante o depoimento, a infanta Cristina não soube responder à maioria das perguntas, geralmente sobre informações fiscais de sua empresa, e afirmou que assinava tudo o que seu marido lhe pedia. O depoimento da filha do rei aconteceu dois anos depois da fase inicial do processo, que envolve o marido de Cristina, Iñaki Urdangarin.
A acusação denuncia Cristina por envolvimento em um esquema de desvio de fundos e lavagem de dinheiro por meio da empresa Aizoon, do ramo imobiliário. A infanta e seu marido controlam, cada um, 50% do capital da empresa. A Aizoon é uma das empresas envolvidas no caso do Instituto Nóos, investigado há vários anos por desvios de recursos públicos.
O processo, conduzido pelo juiz José Castro, tem 227 páginas. Em abril de 2013, Cristina tinha sido citada pela primeira vez no processo, que foi suspenso depois de um recurso.
Mais de 40 advogados de defesa de todos os réus acompanharam o depoimento de hoje, no qual foi proibido o uso de celulares e computadores. Quatrocentos jornalistas de vários países foram credenciados para acompanhar o julgamento.
O episódio com a infanta Cristina é um dos mais polêmicos no qual a família real já esteve envolvida. Muitos debates foram realizados no país sobre o conhecimento que a princesa tinha em relação aos negócios do marido. Nos autos, o juiz considera que há indícios suficientes de que a princesa autorizou a empresa da qual é sócia para servir de base para o cometimento de delitos fiscais.
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