Fifa viu contato em Fred, mas não descarta punição a japonês

O polêmico pênalti marcado pelo japonês Yuichi Nishimura em lance protagonizado por Fred e Dejan Lovren na partida inaugural da Copa do Mundo pode, sim, custar caro ao asiático. Inicialmente, porém, não parece ser esta a intenção da Fifa. Nesta sexta-feira, em evento realizado em São Paulo, o presidente da Comissão de Arbitragem da entidade, Massimo Busacca, disse ter visto contato no lance que originou o segundo gol brasileiro sobre a Croácia, mas ressaltou que não avaliou a jogada (e a partida) a ponto de descartar uma sanção ao árbitro.

“É difícil chegar a uma conclusão. Eu não sou o atacante e nem o defensor. Eu não sei se havia intensidade suficiente para o contato derrubar o Fred, mas houve um contato, sim. Se não tivesse havido o contato, não estaríamos discutindo”, afirmou Busacca, antes de seguir com discurso favorável a Nishimura.

A jogada polêmica aconteceu aos 25min do segundo tempo da partida desta quinta-feira, quando o placar apontava empate por 1 a 1 entre Brasil e Croácia. A Seleção comandada por Luiz Felipe Scolari não vivia bom momento no duelo, até que Oscar arrancou pela ponta direita e cruzou para Fred no meio da área. De costas para o gol, o atacante dominou e, sem chances de finalização, esperou o mínimo contato do zagueiro Dejan Lovren para despencar no chão e pedir a penalidade. Que acabou confirmada por Yuichi Nishimura.

Os croatas imediatamente cercaram-no para reclamar, e, após o jogo, o técnico Niko Kovac se revoltou, dizendo que a marcação do árbitro foi “ridícula” e que a Copa do Mundo estava prestes a virar um “circo”. Passou-se, então, a especular uma possível punição por parte da Fifa ao japonês, o que não foi descartado por Massimo Busacca nesta sexta-feira – embora pareça bem difícil de acontecer.

“É impossível dizer (se Yuichi Nishimura vai apitar outros jogos nesta Copa). Não fizemos uma análise clara ainda. Temos que avaliar melhor, porque o jogo tem 90 minutos, e não se limita a uma situação única”, disse o chefe de arbitragem da Fifa, que, de início, parece estar ao lado do japonês. “Antes da Copa, explicamos aos árbitros que não queríamos que os jogadores se segurassem. Insistimos muito nisso. Nós trabalhamos muito na prevenção, e as seleções foram alertadas para isto. E, só para lembrá-los, o árbitro tem que tomar uma decisão em menos de um segundo”, encerrou.