Cerca de 2 mil estudantes saíram na noite dessa quinta-feira (13) às ruas da capital venezuelana para protestar contra o governo, um dia depois de três pessoas terem sido mortas e dezenas feridas. Próximo ao local onde um jovem opositor morreu na quarta-feira (12), os estudantes queixavam-se da violência governamental e da opressão.

“Quem somos nós? Estudantes! O que queremos? Liberdade!”, gritavam, na Praça Altamira, um tradicional local de protestos antigovernamentais em Chacao, Caracas. Um dia antes, milhares protestaram contra o aumento do crime, da inflação e da escassez de alimentos, no maior desafio a Maduro desde que ele tomou posse em 2013.

O protesto levou o presidente venezuelano a falar em tentativa de golpe de Estado e a garantir que não seria derrubado. O governo apelou à realização de manifestações “antifascistas”, mas a adesão foi fraca.

O principal líder da oposição, Henrique Capriles, respondeu que falar em golpe não fazia sentido. “A expressão das pessoas não é um golpe de Estado. Um civil não faz golpes de Estado”, disse Capriles, que concorreu contra Maduro nas eleições presidenciais de 2013.

“Vamos canalizar o descontentamento, mas não vou mentir, não há condições para a saída do governo”, disse aos jornalistas, ao condenar os confrontos entre manifestantes contra e a favor do governo.