ESA trabalha para recuperar 2 satélites mal posicionados do sistema Galileu
Os engenheiros da ESA (Agência Espacial Europeia) trabalham para recuperar os dois primeiros satélites em operação do sistema de navegação Galileu, que foram posicionados em uma órbita errada durante seu lançamento na última sexta-feira (22). Fontes da ESA relataram nesta quarta-feira para a Agência Efe que esse “contratempo” não põe em xeque o programa que […]
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Os engenheiros da ESA (Agência Espacial Europeia) trabalham para recuperar os dois primeiros satélites em operação do sistema de navegação Galileu, que foram posicionados em uma órbita errada durante seu lançamento na última sexta-feira (22).
Fontes da ESA relataram nesta quarta-feira para a Agência Efe que esse “contratempo” não põe em xeque o programa que pretende criar um sistema europeu de navegação via satélite para competir com o GPS americano e com programas similares desenvolvidos por Rússia e China.
Ainda “é cedo” para determinar o futuro dos dois satélites, mas a ESA acredita que os mesmos podem ser “úteis” para o sistema Galileu.
Os satélites estão em perfeito estado, já posicionaram seus painéis solares e estão em contato com as estações de acompanhamento na Terra, em particular o centro espacial da cidade alemã de Darmstadt.
São “acompanhados pelos mesmos engenheiros responsáveis pelo programa Rosetta. Se existir uma solução, eles a encontrarão”, disse a fonte.
“Doresa” e “Milena”, os dois primeiros satélites em operação de um total de 30 que formarão o sistema Galileu, estão, no entanto, em uma órbita errada.
Ao invés de orbitar de forma circular a 23,7 mil quilômetros da Terra, onde deveriam ter sido levados pelo foguete Soyuz lançado na última sexta-feira da estação espacial de Kuru, na Guiana Francesa, os satélites estão em uma órbita elíptica que chega a aproximadamente 19 mil quilômetros em sua distância mais afastada da Terra.
Os engenheiros da ESA trabalham com dois cenários possíveis.
Por um lado, pode mantê-los nessa posição e tentar fazer ajustes nas estações de acompanhamento para que possam ter utilidade para o sistema de navegação via satélite, “seja pelos dados que enviarem, mesmo que sejam poucos, seja para validações técnicas”.
A outra opção seria utilizar seus pequenos motores para tentar posicioná-los em sua órbita prevista.
A segunda possibilidade foi considerada como “muito difícil” pelo presidente do CNES (Centro Nacional de Estudos Espaciais da França) e representante francês no programa Galileu, Jean-Yves Le Gall.
A correção orbital esgotaria o combustível limitado dos satélites, por isso quando a manobra for concluída, o que levaria várias semanas, pode ser que os aparelhos tenham pouca utilidade para seus fins.
“Os engenheiros estudam todas as hipóteses, todas as variáveis, para tomar a decisão mais adequada”, afirmou a fonte.
Em qualquer caso, o sistema deve funcionar com 30 satélites, dos quais três são reservas, por isso não está em questão o futuro do programa, cujo custo estimado pela Comissão Europeia deve chegar a 90 bilhões de euros em um período de 20 anos.
A Arianespace, responsável por colocar em órbita os satélites, deve divulgar no próximo dia 8 as conclusões preliminares da comissão de investigação criada junto com os russos para determinar as causas do fracasso da missão.
A partir daí, a ESA determinará o futuro dos lançamentos. Um segundo voo da Soyuz com dois novos satélites está previsto para o início de dezembro.
Os 12 últimos satélites do programa Galileu devem ser lançados ao espaço em grupos de quatro em três voos do potente foguete Ariane 5, cuja eficiência é inquestionável.
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