Nesta segunda-feira (25), o Ibovespa subia 1,26%, por volta das 13h, dando sinais de que a candidatura de Marina Silva, pelo PSB, já causa impacto no mercado. Principalmente após a entrevista de Maria Alice Setúbal, coordenadora do programa de governo de Marina, para aFolha de S. Paulo.

Conhecida como Neca, Maria Alice Setúbal é uma grande apoiadora de Marina e uma das principais acionistas do Itaú. Filha do fundador do Itaú, Olavo Setúbal, ela entrou na política quando Marina tentou se eleger pela primeira vez, em 2009, pelo PV. A declaração que Marina pretende manter o compromisso de Eduardo Campos, de dar autonomia ao Banco Central, foi um dos pontos mais importantes que Maria Alice disse em sua entrevista e parece ter agradado aos investidores. Segundo ela, não houve uma discussão específica sobre isso, mas Marina vai honrar os compromissos assumidos na parceria, inclusive esse, “sem dúvida”.

Como coordenadora do programa de campanha, Neca ajudou a dar forma aos objetivos da coligação para o governo.Segundo ela, a meta de inflação continua de 3%, como era com Eduardo Campos. Sobre o possível aumento dos juros e desemprego, necessários para essa baixa, segundo especialistas, Maria diz que apesar dessa atenção toda ao tema da economia, não se perde a ideia de justiça social. O programa de governo prevê uma reforma fiscal, redirecionando impostos e dando mais poder aos estados e municípios.

Neca minimizou o fato de Marina nunca ter tido um cargo administrativo. “Fernando Henrique tinha pouca referência de gestão e Lula acho que menos ainda”, comenta ela, dizendo que Dilma tem essa experiência, mas que “os números do PAC são muito abaixo do esperado”. Neca completa dizendo que um bom líder tem que saber escolher aqueles que estão a sua volta e que “Marina é uma pessoa que trabalha em equipe”.

Temas polêmicos, como legalização das drogas e aborto, segundo ela, “não entram no programa”. Marina já declarou anteriormente que seria o caso de um plebiscito, talvez. Neca disse, na entrevista, que o tópico sobre a política de drogas está dentro da saúde: “acreditamos que não é um tema de segurança, mas de saúde, muito mais em termo de prevenção, recuperação e não entramos na questão descriminalização”, comentou ela. Em relação ao aborto, ela relembra que tanto Eduardo quanto Marina já se posicionaram contra.