Embora a finada MTV Brasil desse traço de audiência, seus programas sempre eram comentados, ou, como se diz hoje em dia na redes sociais, geravam “buzz”. Fosse pelas piadas politicamente incorretas de programas como o “Comédia” e o “Furo”, fosse por suas já tradicionais premiações internacionais, fosse por seus programas de auditório em que rolava até beijo gay (bem antes da novela “Amor à Vida”).
Sete meses após migrar para a TV paga, com o objetivo de atingir a geração chamada de millennials, jovens que se informam primordialmente por meio da internet, muitas mudanças na programação foram implantas e o conteúdo nacional diminuiu drasticamente. Isto teria diminuído a relevância da emissora no Brasil?
Para Thiago Worcman, atual diretor artístico da MTV, o canal continua gerando buzz, mas de outra forma. “O ‘Papito in Love’, por exemplo, deu buzz sim. Mas é uma pegada diferente. A outra MTV tinha mais programa de comédia, jornalismo, programa de auditório. É natural que ela tivesse mais repercussão na grande mídia por conta dessa produção nacional. Nós não temos estúdios, por exemplo. Nós terceirizamos o conteúdo, por meio de produtoras parceiras. Então, nossa repercussão é diferente.”
Por diferente entenda-se número de curtidas na página da emissora no Facebook (1,9 milhão), número de seguidores no Twitter (1,36 milhão) e no Instagram (56 mil).
Um outro ranking que a nova MTV usa como referência é o TTV, elaborado pela Tuilux para a revista Meio & Mensagem, que analisa os programas de TV mais comentados no Twitter.
Segundo esta medição, no período de 1º de outubro de 2013 (estreia da MTV na TV por assinatura) a 25 de março, de 15.593 programas exibidos para o público de 12 a 24 anos (exceto os canais infantis), o “Coletivation”, uma coprodução do canal com a Eyeworks que inicialmente era apresentada pelo cantor Fiuk, apareceu em primeiro lugar.
Na mesma lista outras cinco atrações da emissora aparecem no top 10: a série “The Vampire Diaries”, “South Park”, “EMA 2013”, “Papito in Love” e “MTV Hits”.
Já segundo o Ibope, a emissora alcançou 11,4 milhões de espectadores em seus primeiros sete meses.
Os números acima foram apresentados à direção do canal, nos Estados Unidos, na semana passada. Worcman disse que “o resultado foi considerado muito bom”, porque sua meta era estar no top 20 da TV paga na faixa etária entre 12 e 25 anos. “Já estamos em 17º. Eles consideravam a meta agressiva. Não acharam que íamos conseguir porque a MTV Brasil era consolidada havia 20 anos”, complementa.
Os anunciantes, no entanto, demoraram a chegar. Quem sintonizar o canal vê poucas inserções comerciais. Worcman justifica: “O mercado publicitário para TV é conservador e teve seu tempo para ver qual era a pegada da nova MTV. Esse tempo passou e eles começaram a entrar no canal.”
A ex do Supla
Não apenas o reality “Papito in Love” com Supla foi considerado um sucesso pela MTV como dele já nasceu uma nova produção que terá como estrela a ex-namorada do cantor, Maria Eugênia.
Ela, que julgava as candidatas a namorada do ex, comandará “Adotada”, um misto de reality show com documentário em que será adotada por uma semana pelos mais variados tipos de família. O programa deve estrear entre setembro e outubro, quando a mudança completará um ano.
