A presidente Dilma Rousseff vai indicar a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para a Secretaria de Direitos Humanos e colocará no lugar dela o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), disseram fontes do Palácio do Planalto nesta quarta-feira.

Um dos motivos para a troca é melhorar o diálogo do Executivo com o Congresso Nacional, terreno em que o governo vem enfrentando dificuldades desde o início do mandato de Dilma.

Após quase três anos à frente da pasta, Ideli acumulou desgaste com líderes da base aliada e, apesar da difícil relação pessoal de Dilma com o Congresso, foi responsável pelas principais vitórias do governo na Câmara dos Deputados e no Senado.

Uma das fontes ouvida pela Reuters, afirmou ainda que a troca por Berzoini atende também a uma articulação interna do PT que visa interesses de petistas de São Paulo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, participaram diretamente para efetivar a mudança.

A atual ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, deixará o posto para disputar as eleições deste ano. Ainda não está definido se ela vai concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados ou no Senado pelo Rio Grande do Sul.

De acordo com as fontes, Ideli deve ficar nos Direitos Humanos até que abra uma vaga no Tribunal de Contas da União, quando ela será indicada ao posto.

Neste ano dois ministros do TCU completam 70 anos e terão de se aposentar compulsoriamente: Valmir Campello, em outubro, e José Jorge, em novembro. A outra vaga deve ser ocupada pelo senador Gim Argelo (PTB-DF).

Uma das fontes afirmou ainda que Dilma concluirá a reforma ministerial, iniciada este ano, confirmando nos cargos os ministros Mauro Borges (Desenvolvimento), Antonio Henrique Silveira (Portos) e Francisco Teixeira (Integração). A presidente vem fazendo trocas no primeiro escalão para substituir ministros que vão concorrer nas eleições de outubro e também para acomodar aliados.