Os paletes são estruturas de madeira que servem para transportar produtos em empilhadeiras. Foram desenvolvidos para isso, para facilitar o transporte de produtos industrializados, nada mais. Mas um dia, em algum lugar, alguém viu na estrutura uma possibilidade de criação.

Hoje, o que não faltam são móveis feitos com paletes. Direto das empilhadeiras das fábricas e dos supermercados, eles deixaram de ser coadjuvantes e se transformaram em protagonistas. Com bom gosto e um pouco de esforço qualquer peça com forma mais quadrada pode ser criada a partir da estrutura.

Na casa do funcionário público Bruno Pironato, de 27 anos, os paletes são como objetos raros e valiosos. Ele e a mulher, Paula Ohara, de 27 anos, costumam se divertir criando móveis para a casa. Da cabeça deles já saiu aparador, que também serve como porta-capacetes; banco duplo com encosto; porta-teclado e o projeto mais novo são módulos para colocar CDs, DVDs e livros.

Bruno, que trabalhou em uma restauradora de móveis, revela que o conhecimento em madeira ajuda, mas diz que nada impede que alguém completamente leigo no assunto se aventure no mundo da criação de móveis rústicos.

Ele lembra que as formas são ‘quadradonas’ mesmo. Não tem que modificar completamente a estrutura, apenas detalhes para chegar ao que se quer. “As formas são assim todas quadradas. No máximo um corte ou outro para modificar o tamanho. No banco, por exemplo, só mudei o corte no pé. O resto ficou tudo do jeito que era mesmo”, explica.

Outra vantagem é que como a madeira já está pré-cortada não se exige muitas ferramentas para começar a fazer seu próprio móvel de palete. Bruno conta que ferramentas básicas como um martelo, uma serra circular, lixas e pregos já são o suficiente para começar. “Claro que quanto mais ferramentas tiver mais fácil fica de trabalhar, mas dá para fazer com pouca coisa”, afirma.

A arquiteta Maysa Campos Vieira é uma adepta do uso de paletes. Em seus projetos, ela costuma usar o material quando há boa aceitação por parte dos clientes. Ela revela que para mudar o ambiente não é preciso comprar tudo novo. Com o reaproveitamento, “a sustentabilidade, ajuda a abusar da criatividade, marcando assim, o próprio estilo. Unindo o novo ao velho”.

No caso, o palete, entra como o ator principal nessa mistura de estilos. “É versátil e de baixo custo. Podemos restaurá-los usando a laca, rodas, vidro, cores vibrantes dando um charme personalizado em mesas, painéis …. É uma solução de muito bom gosto que cabe no bolso”, finaliza.