Corretores de Mato Grosso do Sul não confirmam que o mercado sofra do ‘efeito Copa’, mas reclamam de queda de até 20% nas vendas de imóveis no Estado em relação ao ano passado. O principal motivo seria a diminuição de financiamentos oferecidos pelos bancos. Já o setor bancário nega o corte e diz que houve aumento na liberação de recursos para o setor em MS durante 2014.

De acordo com Anderson João Quintana, corretor há cerca de 2 anos, o mercado imobiliário está parado. Segundo ele, os bancos soltavam muito mais financiamentos, há 1 ano, ou seja, as regras eram mais flexíveis. “Antes, quem dava uma entrada de R$ 5 mil conseguia comprar uma casa de R$ 110 a R$ 120 mil. Atualmente, é preciso desembolsar cerca de R$ 12 mil de entrada para conseguir um financiamento”, afirma Anderson.

Nesse sentido, Andre Luiz Ribeiro, corretor há cerca de 25 anos, também afirma que o mercado está em baixa. Ele também atribui a causa disso às regras mais rígidas dos financiamentos bancários, contudo, adverte que essa dificuldade imposta pelos bancos está ligada à inadimplência dos compradores.

Ainda segundo Ribeiro, na época em que os financiamentos eram mais acessíveis, houve muita especulação imobiliária, fazendo os preços subirem. O corretor afirma que, por exemplo, um apartamento de uma grande construtora avaliado em R$ 70 mil (conforme sua experiência profissional), chegou a ser vendido por R$ 90 mil, isto é, um aumento de 23%.

Por outro lado, conforme o gerente regional de construção civil da Caixa Econômica Federal em Mato Grosso do Sul, Ubiratam Rebouças Chaves, no primeiro semestre de 2013, foram liberados cerca de R$ 310 milhões para o Estado. Para o mesmo período deste ano, a Caixa ofertou financiamentos de cerca de R$ 398 milhões. Ubiratam diz, ainda, que as regras para se obter financiamentos continuam do mesmo jeito, ou seja, não houve implantação de mais rigidez.

Já para o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul, James Gomes, houve uma queda nas vendas de imóveis de cerca de 10%, contudo, ele afirma que essa é uma característica do setor imobiliário, isto é, há sempre uma inconstância nas vendas. “Um mês está ruim para nós, mas no outro melhora. Isso é normal”, diz James.

Desde 2013 analistas alertavam para o que foi chamado de ‘bolha imobiliária da Copa’. Segundo essas análises, consideradas alarmistas por alguns, os preços sofreram alta incompatível com a valoriação real dos imóveis em função da especulação causada com as obras da Copa do Mundo de Futebol, que acabou neste domingo (13).

Com o final do campeonato mundial, os teóricos da ‘bolha’ afirmam que haveria um ajuste natural nos preços de terrenos, casas e apartamentos.