Uma das imposições que a Fifa fez para Curitiba manter as chances de ser cidade-sede da Copa do Mundo de 2014 foi a de ter um aumento considerável no número de operários na obra da Arena da Baixada. O pedido, a princípio, chegou com ressalvas ao presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, que questionou quem pagaria esse gasto a mais. No fim, após uma auditoria interna para saber, de fato, quantos funcionários trabalhavam no local, a decisão acabou tomada.

Desde 21 de janeiro, dia da última visita de Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, na capital paranaense, o estádio teve um aumento de 20% no número de operários, a fim de acelerar consideravelmente até a data estipulada como “limite” para ter uma decisão de manter ou não a Arena.

Atualmente, cerca de 1,2 mil trabalhadores são responsáveis por promover os ajustes necessários: colocar o gramado, terminar a cobertura, instalar 10 mil cadeiras, além de deixar – no mínimo – os acabamentos do vestiário e áreas de circulação de forma encaminhada.

Para isso, outra atitude teve que ser tomada. Anteriormente trabalhando em apenas dois turnos, os operários se alternavam em até três turnos, com o trabalho parando entre 22h e meia-noite. A medida era adotada também aos finais de semana e, nesta virada de noite de segunda para terça-feira, o trabalho não parou.

“Tivemos uma chamada de atenção e o ritmo aumentou muito durante o mês de janeiro e fevereiro. Começou pouco antes da inspeção da Fifa isso tudo. Conseguimos adiantar até mais coisa que nos foram cobrados. Chegou a ser cansativo, mas ainda temos bastante trabalho até concluir”, declarou um operário nesta segunda-feira, pedindo para não ser identificado.

A cobrança é grande, principalmente quando o mandatário do clube visita as obras. O funcionário, entretanto, disse que isso faz parte e acredita que a qualidade do material utilizado será o diferencial das outras sedes do Mundial.

“Ele vem aqui, fica dando uns berros, grita com engenheiros, mas nada fora do normal que já vi em outras obras. Posso garantir que estamos usando tudo do melhor nessa reforma. É impressionante”, elogiou. A declaração é compartilhada por outros dois operários, que concordaram com o colega de trabalho, mas preferiram não dar entrevistas.

Com esse empenho e sonhando com a Arena da Baixada totalmente pronta, o operário de 25 anos espera ver um confronto no estádio neste ano. “Nada melhor do que ver uma partida aqui e saber que fiz parte de tudo isso. É motivo de orgulho”, finaliza. Além de finalizar a instalação dos refletores nesta madrugada, os trabalhadores ainda concentram seus esforços na limpeza de detritos para causar boa impressão, fora liberar o espaço para demais estruturas.