Presidente em exercício do Santos, Odílio Rodrigues afirmou, em evento em São Paulo na noite de segunda-feira, que uma “sucessão de erros” causou a polêmica nas negociações entre o clube, Neymar e o Barcelona. Há suspeita de fraude fiscal na Espanha, enquanto que, no Brasil, o Santos desconfia de que haja valores por receber da negociação.

“A gente espera que isso não prejudique a imagem do Neymar, que é tão importante para o futebol brasileiro e para o Santos, por tudo que alavancou. Houve uma sucessão de erros de várias partes envolvidas. O importante é que, com o Santos tendo acesso aos documentos, se ficar provado que tem algo a pleitear, vai fazer isso em nome do interesse do clube”, disse Odílio.

Oficialmente, Neymar foi vendido por 17,1 milhões de euros (R$ 55 milhões), sendo que 55% eram do clube, 45% do grupo DIS e os 5% restantes eram da Teisa. O clube receberá 2 milhões de euros (R$ 6,6 milhões) caso o atleta seja finalista da Bola de Ouro da Fifa nos próximos anos. Há ainda valores de amistosos e preferências nas compras de Gabriel, Victor Andrade e Giva não especificados. O Barcelona pagou outros 40 milhões de euros (R$ 132 milhões) para a empresa do pai do atleta, valor que o Santos questiona. A DIS também pede mais.

Na Espanha, o Ministério Público investiga uma denúncia de um sócio do clube espanhol, Jordi Cases, sobre a negociação. Cases entrou com uma ação alegando que os valores da negociação superavam os valores anunciados oficialmente. A justiça abriu uma ação judicial contra o então presidente do Barcelona, Sandro Rosell, que renunciou do cargo devido às investigações. O jornal espanhol El Mundo divulgou que o valor total chegaria a 95 milhões de euros (R$ 314,8 milhões).

O Santos tentou obter acesso aos documentos da venda de Neymar, mas os pedidos foram negados no Brasil. Agora, deve definir escritório de advocacia na Espanha para participar do processo como terceira parte interessada. “A gente não tem nenhuma expectativa do tempo que vai levar. Não temos nenhuma ideia. A Justiça espanhola é que vai dizer”, afirmou Odílio Rodrigues, sobre o caso.