Atividade em expansão, aquicultura gera mais de 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos
Segmento em franca expansão, a aquicultura gera mais de 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil e é responsável pela produção de cerca de dois milhões de toneladas de pescado ao ano, segundo levantamento do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Entre 2007 e 2009, o setor registrou crescimento de 43,8%, tornando a […]
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Segmento em franca expansão, a aquicultura gera mais de 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil e é responsável pela produção de cerca de dois milhões de toneladas de pescado ao ano, segundo levantamento do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Entre 2007 e 2009, o setor registrou crescimento de 43,8%, tornando a produção de pescado a que mais cresceu no mercado nacional de carnes no período.
Para incentivar o desenvolvimento do setor no Estado, o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Mato Grosso do Sul, investiu em novos instrutores e novas turmas do curso de piscicultura e passa a oferecer a qualificação em Tanque Rede, que consiste no aproveitamento de grandes reservatórios naturais para a criação de peixes em gaiolas flutuantes. Oferecido pela primeira vez no município de Paranaíba entre junho e julho de 2014, onde 30 pessoas foram capacitadas, o curso é realizado por meio do Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego.
Vivenciando a experiência de perto, os instrutores do Senar perceberam que mais do que capacitar os profissionais com conhecimentos técnicos, houve uma mudança social entre os trabalhadores, que passaram a se enxergar como empreendedores. “O pescador tem habilidades adquiridas ao longo de anos de trabalho e seu foco sempre foi pescar e vender. Depois do curso ele passou a se interessar pela criação do peixe, ou seja, houve contraste na realidade de ontem e na atual. É o efeito social do Pronatec e Senar”, avalia o engenheiro agrônomo e instrutor do Senar, Maurício Cury.
Com total de 200 tanques rede, sendo de 4 a 10 em cada família, a renda dos pescadores pode variar entre três e quatro salários mínimos. “Há dias que é possível pescar 20kg de tilápia, cujo o quilo é comercializado entre R$ 15 e R$ 17 no comércio local, dependendo do empenho de cada um”. O cálculo foi feito pelo zootecnista e instrutor André Luiz Nunes, responsável, entre outros temas, pelas aulas que abordavam conduta empresarial. “Eles entenderam que agora também são empresários, mudaram o comportamento e não focam mais apenas na pesca”, relata o instrutor, que recebeu uma placa de agradecimento dos alunos. “Não esperava, foi gratificante e significa que estamos no caminho certo”.
A afirmação do instrutor é confirmada pelo hoje piscicultor Claudeci Ferreira Ramos, conhecido na região como ‘Ferreirinha’. Pescador desde que nasceu, como se auto define, viu na qualificação a oportunidade de mudança. “Eu sabia pescar, agora sei criar peixe, empreender. Tudo que aprendemos será muito bem aproveitado, tanto das aulas teóricas quanto o que vimos nas visitas às fábricas de ração e frigoríficos. Esse curso valorizou muito nossa profissão”, ressalta Ferreirinha.
A capacitação de 200 horas tem término previsto para a última semana do mês de julho.
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