O vocalista do Nine Inch Nails, Trent Reznor, demonstrou toda a sua insatisfação com a organização do Grammy, que cortou a transmissão de sua performance ao lado de Dave Grohl (Foo Fighters), Josh Homme (Queens of the Stone Age) e Lindsey Buckingham (Fleetwood Mac), que encerrou o evento.

O supergrupo começou a apresentação com a faixa “Copy of A”, do álbum “Hesitation Marks”, do Nine Inch Nails. Em seguida, executou “My God is the Sun”, do Queens of the Stone Age, quando os créditos do Grammy começaram a aparecer na tela.

“Maior noite da música … para ser desrespeitada. Um F****** sincero para vocês”, disparou Reznor em sua conta do Twitter, na madrugada desta segunda-feira (27).

Segundo o site da revista “The Hollywood Reporter”, o presidente da indústria fonográfica, Neil Portnow, explicou a jornalistas no backstage o motivo do corte. “Nós reservamos a parte final para uma jam, porque assim você pode ter toda a energia. É apenas uma questão de tempo cronometrado.”

Não é a primeira vez que Reznor cospe farpas contra a maior premiação da música. Em 2011, em uma reportagem de capa da revista “The Hollywood Reporter”, o músico, vencedor do Oscar de melhor trilha sonora pelo filme “A Rede Social”, não poupou críticas. “Por que o Grammy não importa? Porque é manipulado e barato, como um concurso de popularidade em que os membros de um clube decidem.”

Premiados

O Grammy 2014 premiou artistas da música em 82 categorias, mas apenas dez delas foram televisionadas. A academia considerou elegíveis lançamentos entre 1º de outubro de 2012 a 30 de setembro de 2013. Por isso discos de dois anos atrás, como “Red” (Taylor Swift) e “Unorthodox Jukebox” (Bruno Mars), puderam entrar na votação e o álbum-surpresa de Beyoncé, o autointitulado lançado em 13 de dezembro do ano passado, ficou de fora.

A dupla francesa de música eletrônica Daft Punk saiu consagrada vencendo todos os cinco prêmios aos quais concorria, incluindo o de álbum do ano por “Random Access Memories”. Lançado em maio último, o disco figurou em praticamente todas as listas de melhores de 2013, e em um resultado justo venceu a maior premiação de música.

“Get Lucky” ganhou gravação do ano (prêmio concedido ao artista, ao produtor, ao engenheiro de som), mas a canção de 2013 (contemplada ao compositor) ficou para a neozelandesa Lorde, com a irônica “Royals”.

A dupla formada pelo rapper Macklemore e pelo produtor Ryan Lewis, que concorria a sete prêmios, faturou quatro importantes troféus: melhor álbum de rap por “The Heist”, melhor canção de rap por “Thrift Shop” (com participação do cantor Wanz), melhor performance de rap também por “Thrift Shop” e artista revelação.

No gênero, não sobrou quase nada para Jay-Z. O rapper de 44 anos acabou ficando com apenas um prêmio das nove indicações: melhor colaboração de rap com “Holy Grail”, em parceria com Justin Timberlake.

Macklemore & Ryan Lewis também fizeram uma apresentação marcante no Grammy deste ano ao celebrarem um casamento coletivo com 34 casais e defenderem a união de pessoas do mesmo sexo, a única bandeira política erguida no palco da premiação.

Queen Latifah deu a bênção aos noivos. “Estamos aqui para celebrar o amor e a harmonia”, disse ela durante a canção “Same Love”, que desde o ano passado virou hino da queda do Doma (Defense of Marriage Act) — lei que negava direitos constitucionais a casais do mesmo sexo nos Estados Unidos. “Declaro vocês casados”, disse para as dezenas de casais que trocaram alianças e beijos perto do palco. Foi quando Madonna apareceu vestida toda de branco, com um chapéu, e fechou a “cerimônia” com “Open Your Heart”, seu sucesso de 1986.

Sem Beatles

Uma apresentação que tinha tudo para ser histórica foi o reencontro de Paul McCartney e Ringo Starr. Os Beatles ganharam a distinção Recording Academy Lifetime Achievement, uma homenagem ao conjunto da obra da banda, mas nenhuma música dos fab four foi tocada durante a apresentação.

Ringo defendeu a sua “Photograph” sozinho e mais tarde se juntou a Paul para “Queenie Eye”, do último disco do baixista. “New”, o último álbum de Paul, não rendeu prêmios ao músico, mas ele subiu ao palco e ganhou o gramofone pela jam feita com os integrantes do Nirvana, Krist Novoselic e Dave Ghrol, “Cut me Some Slack”, uma canção feita de improviso, para o documentário produzido por Dave, “Some City”.

Dois representantes do rock clássico antigo também deram as caras na premiação: o Black Sabbath ganhou um prêmio por melhor performance de metal com “God Is Dead”, do disco “13”. E o extinto Led Zeppelin venceu o prêmio de melhor álbum de rock pelo registro ao vivo “Celebration Day”.

Os representantes do Brasil no Grammy 2014, os paulistanos do Trio Corrente levaram o gramofone de melhor álbum latino de jazz por “Song For Maura”.

O Grammy 2014 premiou artistas da música em 82 categorias, mas apenas dez delas foram televisionadas. A academia considerou elegíveis lançamentos entre 1º de outubro de 2012 a 30 de setembro de 2013. Por isso discos de dois anos atrás, como “Red” (Taylor Swift) e “Unorthodox Jukebox” (Bruno Mars), puderam entrar na votação e o álbum-surpresa de Beyoncé, o autointitulado lançado em 13 de dezembro do ano passado, ficou de fora.