Após audiência nesta terça-feira (27) na 4ª Vara da Justiça Federal, em Campo Grande, a prefeita Marlene Bossay (PMDB) prometeu atender às reivindicações e os indígenas de Miranda desocuparão o lixão da cidade nesta quarta-feira. Os indígenas, que são terenas da Aldeia Argola, estão ocupando o lixão de Miranda há uma semana.

Os indígenas reivindicam a reativação da Secretaria Indígena, desativada desde que a prefeita assumiu; reforma da escola na aldeia, que segundo os indígenas, quando chove alaga tudo; e melhoria das estradas vicinais.

“Nós queremos também ônibus de qualidade. A ponte que o ônibus precisa atravessar quase caiu hoje. Quando chove fica intransitável. A prefeita disse que cascalhou mas só jogou uma terra, não adiantou nada”, disse o cacique Edson Candelário.

Eles também reivindicam saber onde foram investidos R$ 307 mil oriundos do Projeto ICMS Ecológico, do governo do Estado, que foi destinado especificamente para Miranda para melhoria da infraestrutura.

Outra reclamação é a falta de água na comunidade. Os indígenas disseram que na gestão passada eram abastecidos com caminhão pipa e agora têm que sair e buscar água com balde em postos artesianos ou pela região.

Prefeita critica indígenas, mas se compromete a ajudar

Marlene Bossay confirmou que receberá os indígenas em seu gabinete. “A cidade está um caos sem a coleta”, criticou. A prefeita acusa os indígenas de reterem seis funcionários da educação. Os indígenas bloquearam a passagem dos ônibus escolares, mas liberaram os funcionários após conversa com a polícia.

A prefeita alega ainda que em abril foram entregues diversas benfeitorias para a aldeia, inclusive melhoramento da via. Ela se comprometeu a fazer tudo dentro do Orçamento da cidade.

O juiz federal Pedro Pereira dos Santos explicou sobre a intermediação que foi feita porque a prefeita entrou com processo de reintegração de posse do lixão. Entretanto o processo será extinto já que ela se comprometeu a receber os indígenas e ouvir a pauta de prioridades.

A conversa será intermediada pela Funai e pelo Ministério Público. Vivem na região de Miranda 7.500 indígenas, divididos em nove aldeias.

(Matéria editada às 13h59 para correção de informações)