Os torcedores atleticanos dormiram na fila, alguns passaram quase uma semana acampados em frente ao Mineirão, mas o ingresso para a final da Libertadores que deveria ser considerado um prêmio virou motivo de indignação. O primeiro dia de vendas oficiais para o duelo contra o Olimpia teve reclamações, choro e até acusação de agressão contra a Polícia Militar.

O maior motivo de indignação dos torcedores foi o preço dos ingressos. Mesmo quem estava entre os primeiros da fila e chegou aos guichês pouco depois das 10h, hora de abertura das bilheterias, não conseguiu comprar os tíquetes mais baratos.

Isso porque no sábado as vendas foram abertas apenas para quem faz parte do programa sócio torcedor Galo Na Veia Prata e tem prioridade na compra de entradas para qualquer setor. No mesmo dia, os ingressos mais baratos no valor de R$ 100 se esgotaram.

Mas muitos torcedores afirmaram que os ingressos de 200 reais já não estavam mais disponíveis nas primeiras horas deste domingo.

Carlos Mascarenhas dormiu na fila desde a última sexta-feira e não conseguiu comprar a meia-entrada para estudantes. “Chegamos sexta feira, dormimos no frio e no chão até agora e não tem ingresso. Em menos de 1 hora acabaram os ingresso de R$100, e a meia para estudantes de R$ 200. Vamos falar sério, aonde isso vai acabar?”

Uma jovem que não quis se identiicar não conteve as lágrimas e saiu aos prantos ao perceber que sairia do Mineirão sem ingresso mesmo após passar a noite na fila.

“Estou desde 11 da noite aqui, dormi sozinha na fila, eu faço faculdade e não tem mais ingresso meia entrada de R$ 400,00, eu não tenho R$ 250,00, só tenho R$ 200. É uma falta de respeito, faz 16 horas que estou aqui”, disse.

Ainda eram 11h45, apenas 1h40 após o início das vendas, quando os seguranças da Minas Arena receberam informações das bilheterias e anunciaram que só restavam ingressos no valor de R$ 400,00 e R$500,00.

Mas torcedores que compraram seus ingressos depois desse horário fizeram graves denúncias e acusaram os funcionários da bilheteria de esconder os ingressos destinados aos estudantes para tentar ‘empurrar’ as entrada com valor cheio.

“A moça da bilheteria falou que não tinha meia entrada. Eu vi do outro lado que tinha, briguei, pressionei, aí ela deu o ingresso e falou ‘some daqui’. Para algumas pessoas eles dão meia, para alguns não dão”, contou.

A venda de ingressos no Mineirão é terceirizada e feita pela empresa Ingresso Fácil.  Os profissionais que estavam comercializando os ingressos afirmaram que jamais se negaram a vender ingressos os ingressos mais baratos que ainda estavam disponíveis e disseram que apenas o o Atlético-MG poderia se posicionar sobre a venda.

Em contato com o UOL Esporte, o clube afirmou que os ingressos se esgotaram rapidamente porque são quase 16 mil torcedores que fazem parte do  programa Galo na Veia Prata  e têm preferência na compra de ingressos. Além disso, é normal a procura ser maior pelos setores mais baratos.

A fila preferencia para idosos também gerou polêmica. Torcedores reclmararam que muitos  idosos estavam usando o benefício concedido pela lei para comprar ingressos para terceiros e estavam entrando na fila várias vezes.

Por outro lado, os acompanhantes dos idosos também encontraram motivos para reclamar. O gerente de vendas Saner Rocha acompanhou seu pai Rafael Rocha na fila preferencial para comprar ingressos e acusou uma mulher da Polícia Militar de agressão.

“Fui agredido pela soldado Bábrara. Estou desde 9h aqui com o meu pai que é idoso. Eu só fui entregar o dinheiro para ele comprar e ela ficou me intimidando, me empurrado, me deu dois socos e ameaçou me prender. Fui humilhado diante de todas as outras pessoas na fila”.