Usuários do transporte coletivo ainda têm dificuldade em encontrar cartões fora do centro

Parceria entre Assetur e vendedores autônomos do Peg Fácil esbarra em dificuldades de pagamento e abastecimento do cartão

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Parceria entre Assetur e vendedores autônomos do Peg Fácil esbarra em dificuldades de pagamento e abastecimento do cartão

Mesmo com a obrigatoriedade do uso do cartão para tranporte coletivo, definida no ano passado, o sistema de vendas unitárias ainda enfrenta problemas com distribuidores autônomos. A Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Assetur) prometeu na época uma grande rede de locais para a venda dos cartões, algo que tem uma realidade nem sempre acolhedora para o cliente e ao vendedor do produto.

“Eu atendia senhoras de idade, mulher com crianças, muitas pessoas dessa região. Tem gente que fica bravo comigo por não ter mais. Tinha vezes que eu tinha que fechar a banca pra ir ao banco e pagar o boleto. Não tem alguém deles pra recolher o pagamento. Eu gostaria de poder vender porque me ajudava a vender outras coisas”, conta o dono da banca na Rua Jurema na Vila Rica, Fernando Nunes Pereira, aposentado de 62 anos.

“Seu Fernando”, como é chamado, tem o ponto há 22 anos no mesmo lugar e vende doces, balas e isqueiros. Os outros locais onde a venda ocorre ficam pelo menos a 1 km da banca do comerciante. A distância ideal entre os pontos de ônibus, por exemplo, é de 500 metros.

“Vejo sempre pessoas vindo aqui perguntando a ele sobre o cartão. Dá impressão que as pessoas acostumaram com a banca pra isso. E outros lugares que vendem é longe demais” relata o encarregado de obras, Carlos Martins, que trabalha em um terreno ao lado da banca.

Assetur

De acordo com a Assetur o maior volume de comercialização presencial de cartões acontece pela venda nos terminais e no Centro da Cidade. Os postos de distribuição parceiros, em que a compra do cartão não é mediada por funcionários da associação, representam apenas 12%. A Assetur garante que acompanha e mantém o número de postos presencias pelo menos dentro de uma meta mínima de 900 lugares.

“Nós temos 1076 postos de vendas e outros 250 em que disponibilizamos a recarga por maquininha, em um acordo que temos com a Tendência. Temos no site a relação desses lugares para consulta e já publicamos em um jornal. Fica difícil distribuir panfletos nos terminais com essas informações porque os pontos mudam. Às vezes suspendemos a venda e há desistências” afirma o gerente executivo da Assetur, Robson Strengari.

On-line

A venda pela internet também colabora para que empresa não seja tão atenta a distribuição presencial nos moldes da banca do “Seu Fernando”. Apoiada em um portfólio de clientes antigos, a comercialização de recargas do Peg Fácil para pessoas jurídicas somam 60% do faturamento. São empresas que mantém um vínculo de negócios com a Assetur bem anterior a utilização dos cartões. O pagamento nesse caso ocorre por boleto.

Pessoas físicas também podem comprar unidades para o transporte público de Campo Grande pelo site da Assetur. Conforme a instituição, no entanto a procura é escassa, e não chega a 2% do total de vendas. No caso dos parceiros autônomos, que não possuem CNPJ, a empresa faz um estudo da pessoa antes de fechar a parceria para a venda. A Assetur também disponibiliza ao cidadão o número de telefone 0800-647-0070 para informações da venda do cartão, localização de pontos, ou dúvidas sobre as linhas de ônibus.

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