Surto de superbactéria interdita UTI de hospital em Campinas (SP)
Um surto de uma superbactéria interdita, a partir desta segunda-feira (29), a ala adulta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maternidade Celso Pierro, da PUC-Campinas (a 93 km de São Paulo), por pelo menos um mês. Onze pacientes estão contaminados pela multirresistente Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC), sendo que sete estão isolados em leitos […]
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Um surto de uma superbactéria interdita, a partir desta segunda-feira (29), a ala adulta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maternidade Celso Pierro, da PUC-Campinas (a 93 km de São Paulo), por pelo menos um mês.
Onze pacientes estão contaminados pela multirresistente Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC), sendo que sete estão isolados em leitos da UTI e quatro isolados na enfermaria. Entretanto, apenas um deles desenvolveu a infecção. Ao todo, neste ano, 34 pacientes foram contaminados na unidade, mas nenhum caso evolui para morte.
A superbactéria não responde com facilidade a antibióticos e pode causar pneumonia e vários tipos de infecção. Além de evoluir para infecção generalizada e, eventualmente, levar à morte.
De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, a bactéria multirresistente foi detectada pela primeira vez na unidade em 2009, mas como os índices de contaminação estavam dentro do normal não houve necessidade de lacrações anteriores da UTI.
Entretanto, com a confirmação dos novos casos, a direção do hospital optou pela interdição da UTI adulto, que possui 19 leitos, sendo dez para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e nove para usuários de convênios. Mensalmente, em média, 80 pacientes passam pela UTI do hospital.
Segundo a médica infectologista do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas Ana Laura Bortolli, a Klebsiella pneumoniae produz uma enzima chamada Carbapenemase, que inibe a ação dos antibióticos carbapenêmicos utilizados no tratamento de infecções causadas por enterobactérias multirresistentes. “O uso indiscriminado de antibióticos faz com que as bactérias passem por alterações genéticas e se tornem mais resistentes aos antimicrobianos”, explicou.
Como as pessoas que estão na UTI já são pacientes em estado mais grave, essa enzima é um complicador para o combate de infecções porque ela diminui o número de antibióticos para o tratamento.
“Todo quadro de infecção inspira cuidados, mas a evolução do tratamento depende principalmente da resistência de cada paciente. Além disso, esse tipo de bactéria é restrito ao ambiente hospitalar, ou seja, não se propaga fora do hospital”, informou Ana Laura.
Hospital de Clínicas
No início deste ano, o Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) informou que entre dezembro do ano passado e março deste ano, 11 pacientes internados na unidade foram contaminados pela superbactéria. Seis deles morreram, mas segundo o HC, a contaminação não foi a causa das mortes.
O primeiro caso foi registrado em dezembro do ano passado. Em janeiro foram três pacientes com a infecção. Fevereiro foi o mês com maior registro: cinco. Em março foi registrado apenas um caso.
A infecção atinge principalmente idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas ou com a imunidade baixa. Entre os sintomas apresentados estão febre, tosse, taquicardia e dores no local da infecção.
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