Sob pressão, líder do governo entrega relatório favorável à aprovação da PEC dos mensaleiros
Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado, entregou na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) o relatório sobre a PEC 18. Trata-se daquela proposta de emenda à Constituição que prevê a cassação automática dos mandatos de congressistas condenados pelo STF. Na forma, ele considerou constitucional a ‘PEC dos mensalerios’, como a emenda foi apelidada. […]
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Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado, entregou na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) o relatório sobre a PEC 18. Trata-se daquela proposta de emenda à Constituição que prevê a cassação automática dos mandatos de congressistas condenados pelo STF. Na forma, ele considerou constitucional a ‘PEC dos mensalerios’, como a emenda foi apelidada. No mérito, classificou-a de “altamente relevante”, recomendando a aprovação.
O parecer de Eduardo Braga veio à luz nesta sexta-feira (12), após intensa pressão do autor da proposta, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Dissidente do PMDB, Jarbas pediu ao presidente do Senado, Renan Calheiros, a inclusão de sua emenda na pauta de votações. Desatendido, passou a fustigar Renan e Eduardo Braga. Numa entrevista ao blog, Jarbas acusou a dupla de travar a tramitação da proposta por corporativismo e autodefesa, já que ambos respondem a inquéritos no Supremo.
Foi contra esse pano de fundo envenenado que Eduardo Braga entregou o relatório. Sugeriu ajustes de redação. Mas não alterou a essência do texto original. “A proposta se compatibiliza com o clamor popular pelo respeito à coisa pública e pela efetividade das condenações dos agentes públicos envolvidos em malfeitos”, anotou.
O regimento interno do Senado concede aos relatores um prazo de 30 dias para a elaboração de seus pareceres. Neste sábado (13), a demora de Eduardo Braga faria aniversário de dois meses. Ficou a sensação de que o senador fez por pressão o que não fizera por obrigação regimental. Seja como for, as baterias de Jarbas voltam-se agora exclusivamente para Renan.
Na sessão da última quinta-feira, os líderes partidários assinaram um requerimento dirigido a Renan. Pedem a abertura de espaço na pauta do plenário para a votação da PEC de Jarbas. Quase todos os líderes assinaram. Houve apenas duas exceções: o líder do PV, Paulo Davim, que viajara; e o do PT, Wellington Dias, que, por razões óbvias, nem foi procurado.
Após travar renhida discussão com Eduardo Braga e Vital do Rêgo, Jarbas perguntou a Renan, na noite de quinta, quando levaria a voto o requerimento dos líderes. Ficou entendido que a votação ocorrerá na próxima terça (16), véspera do início das férias dos parlamentares. Aprovando-se o requerimento, a votação da PEC 18 ocorreria em agosto, na volta do recesso.
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