A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, parece estar confiante na aprovação do mecanismo de atualização automática de preços conforme o mercado internacional. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo neste domingo, a executiva afirmou que este modelo agregará pontos positivos à imagem da estatal, que se tornará mais previsível com a convergência de preços e corte nos gastos. “Aí, olha no fim do trimestre, no fim do semestre. Se eu não dei resultado, me demite”, afirmou Foster. Segundo ela, no final de outubro a defasagem de preços praticados no mercado nacional em relação ao exterior era de 14,2% no diesel e 5,4% na gasolina.

O assunto é um embate entre a estatal petroleira e o Ministério da Fazenda, que vê nos possíveis aumentos da gasolina um risco para as metas de inflação do governo federal. Atualmente, o conselho da Petrobras, presidido pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, precisa aprovar todas as mudanças de preços. Para não impactar a inflação, a Petrobras assume a diferença entre o preço de importação de diesel e gasolina, mais alto, e o valor praticado no mercado local. Porém, ao arcar com esse custo, a companhia tem menos recursos para investir e menos capacidade de endividamento.