O cardiologista João Jasbik Neto está sendo investigado pelo suposto envolvimento no esquema de furar a fila de cirurgias cardíacas no hospital. A Polícia Federal será acionada para participar das investigações que comprovarão se houve a venda de vagas.

A diretoria da Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG), mantenedora da Santa Casa da Capital, confirmou que o médico cardiologista João Jasbik Neto está sendo investigado pelo hospital, pelas denúncias sobre suposta facilitação para que pacientes furem a fila de cirurgias cardíacas. Por falta de provas, o médico continua atuando.

Outro cardiologista, que não teve o nome revelado pela ABCG, também está sendo investigado.

“Começamos a investigá-lo, mas como ainda não temos provas concretas ele continua no quadro médico”, disse o presidente da ABCG, Wilson Teslenco, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira no hospital.

Teslenco confirmou que no caso do funcionário já demitido, Alberto Soares de Oliveira, 55 anos, com o qual supostamente Jasbik estaria envolvido, há provas que teria beneficiado o paciente paraguaio.

“Ficou provado que furaram a fila, também porque o paraguaio não precisava de atendimento de emergência, pois ele entrou andando no hospital. A Santa Casa operaria, por exemplo, caso ele tivesse infartado na rua e trazido pelo Samu, já que temos cooperação entre países”, explicou Teslenco.

Porém, além deste fato, no prontuário de atendimento do paraguaio ficou provado que João Oliveira o beneficiou, colocando o endereço próprio. “Ele foi demitido por essa ilegalidade. Agora o fato de ter sido pago propina por isso nós ainda não temos provas”, disse o presidente.

Para descobrir se houve ou não o pagamento, a Santa Casa admitiu que pedirá auxílio para que a Polícia Federal ajude nas investigações. Segundo Teslenco, Jasbik já procurou a diretoria da ABCG para se explicar, mas não foi ouvido, pois ele ainda será convocado oficialmente.

Já João Alberto Soares de Oliveira negou qualquer participação em esquema que burlava a fila do SUS (Sistema Único de Saúde) em entrevista ao Midiamax. Ele disse que trabalhou por dez anos no hospital, reconheceu apenas uma internação irregular, mas garante que foi para salvar uma vida.

Matéria editada às 19h52 para correção de informações.