Segundo promotor, mesmo a bebida não sendo alcoólica, o produto induz a criança ou adolescente ao consumo de álcool

Os refrigerantes em garrafas similares aos espumantes alcoólicos estão na mira da Promotoria da Infância e Juventude de Mato Grosso do Sul. De acordo com o promotor Sérgio Fernando Harfouche, a promotoria foi acionada após reclamações de pais e a confirmação de que há comercialização dos produtos em Campo Grande.

Segundo o promotor, mesmo não sendo uma bebida alcoólica, por apresentar similaridade na garrafa e estar sendo colocada à venda próximo das bebidas alcoólicas induz as crianças e adolescentes ao consumo do álcool. “Só o fato de fazer uma garrafa que imita uma garrafa de champagne revestida de motivos infantis induz ao consumo”, explica.

Ainda conforme o Harfouche, será solicitada por meio de uma medida judicial, a imediata retirada das bebidas dos supermercados. Como se trata de uma grande indústria que vende para todos os Estados do Brasil, o promotor também recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF). “A intenção é maligna. Travamos uma luta para afastar a gurizada das bebidas, das drogas e essa indústria quer ser pioneira na exploração deste segmento”, afirma.

Segundo o promotor,  reclamação foi feita na quarta-feira (18) e no dia seguinte foi constatado que a bebida estava sendo vendida em alguns mercados. Um oficial da promotoria foi aos estabelecimentos e confirmou a venda. O Conselho Estadual Antidrogas foi acionado e deliberou uma iniciativa para estimular o consumo de bebidas alcoólicas.

Este é o terceiro ano que a empresa comercializa os refrigerantes em embalagens parecidas com as de espumantes da marca e é alvo de ações judiciais. No ano passado, em São Paulo, a Defensoria Pública enviou uma recomendação à empresa para que retirasse do mercado a bebida. No Paraná, a empresa foi alvo do Procon e o Ministério Público. Também foi determinado o recolhimento da mercadoria dentro de 24 horas.

A polêmica é semelhante à dos chocolates em formato de cigarros que foram retirados do mercado há vários anos por serem considerados um estímulo indevido ao consumo.