Para não perder guarda da filha, brasileira se refugia na embaixada em Oslo
A brasileira Vitória Alves Jesumary, de 37 anos, e sua filha Sofia, 3, estão há uma semana refugiadas na embaixada brasileira em Oslo, na Noruega, para não perderem o vinculo. Após uma tentativa do Barnevern – o serviço de proteção à criança e ao adolescente norueguês– recolher sua filha e colocá-la em um programa de […]
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A brasileira Vitória Alves Jesumary, de 37 anos, e sua filha Sofia, 3, estão há uma semana refugiadas na embaixada brasileira em Oslo, na Noruega, para não perderem o vinculo. Após uma tentativa do Barnevern – o serviço de proteção à criança e ao adolescente norueguês– recolher sua filha e colocá-la em um programa de adoção, Vitória, que vive há três anos no país nórdico, procurou a representação diplomática.
Após um divórcio complicado, o ex-marido – um chileno com nacionalidade norueguesa – e ela brigavam pela guarda da criança na Justiça. À época da separação, mãe e filha não puderam retornar ao Brasil porque não possuíam a autorização do pai da criança. Foi quando o Barnevern entrou no caso. No entanto, posteriormente o ex-marido adoeceu e já declarou que prefere que elas retornem ao Brasil. Vitória é de Olinda e tem família em Pernambuco e São Paulo.
Com a separação do casal desde maio, Sofia, que nasceu em São Paulo, passava uma semana com o pai e outra com a mãe. Quando o Conselho Tutelar chegou à casa do pai, onde a criança estava, para recolhê-la, ele telefonou para Vitória que o instruiu a levá-la imediatamente a embaixada, o que ele fez. Na ocasião, o embaixador brasileiro na Noruega, Francisco Chagas Catunda Resende, precisou intervir para que elas não fossem detidas antes de entrarem na residência.
Segundo a irmã de Vitória, Margareth Jesumary, que vive no Brasil, o Barnevern não deu maiores informações sobre o motivo da retenção, apenas que a separação estaria afetando o desenvolvimento da criança. “O Conselho Tutelar alega que a mãe (Vitória) não é qualificada para cuidar de sua filha (Sofia)”, acrescenta Ana Lucia Lima, que é pastora de uma igreja brasileira na Noruega e está em contato com Vitória.
“O Barnevern possui um poder autônomo. Se eles acharem que a criança está com algum problema, eles arrancam da família. Tiram dos braços dos pais e levam direto para outra família”, explica Margareth. Os pais podem até tentar reaver a guarda dos filhos, porém não antes de outra família assumi-lo. “Eles (os pais biológicos) não podem saber quem são os pais adotivos”, afirma ela.
Margareth entregou na terça-feira (03/12) uma carta ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), pedindo sua intervenção no caso. “Ele é sensível a estas causas e pode acionar outras frentes”, afirma ela. “Este caso não está na alçada apenas da Justiça, mas da diplomacia”, acrescenta. Nas redes sociais, familiares e amigos se mobilizam e fazem apelo por uma solução para as duas brasileiras.
Pela lei local, Vitória não seria detida caso deixasse a embaixada, mas foi orientada juridicamente para permanecer no local ao lado da filha. Contatado pela reportagem de Opera Mundi, o Itamaraty informou que está prestando o apoio necessário à brasileira, e que a assessoria jurídica já teria contatado às autoridades norueguesas. Entretanto, não tem definição de como resolver o caso.
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