Novo Woody Allen mostra socialite que perdeu tudo

É grave a crise para a protagonista de “Blue Jasmine”, novo filme de Woody Allen, sobre uma socialite que vê suas posses reduzidas ao básico: um casaco Chanel, malas de grife e um punhado de antidrepressivos –além da pose e do sotaque sofisticados. Cate Blanchett vive a protagonista, condenada à pobreza por causa de tropeços […]

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É grave a crise para a protagonista de “Blue Jasmine”, novo filme de Woody Allen, sobre uma socialite que vê suas posses reduzidas ao básico: um casaco Chanel, malas de grife e um punhado de antidrepressivos –além da pose e do sotaque sofisticados.

Cate Blanchett vive a protagonista, condenada à pobreza por causa de tropeços financeiros e conjugais do marido, e por seu próprio jeito desligado.

Após fazer vários filmes na Europa, Allen não precisou ir muito longe para encontrar a inspiração de “Blue Jasmine” que estreia na sexta-feira nos EUA.

Como disse Blanchett, a crise financeira nos EUA e uma sucessão de fraudes financeiras, como o épico golpe do investidor Bernard Madoff, fizeram com que houvesse uma legião de Jasmines perambulando pela Manhattan de Allen.

“Achei a história toda surpreendente e dolorosa, mas na verdade nada surpreendente, considerando o que aconteceu com muita gente do ponto de vista psicológico e financeiro”, disse a atriz. “Sento no parque e invariavelmente a gente vê alguém resmungando sozinho, e às vezes são grão-finos.”

Esse é o primeiro filme da atriz australiana com o prolífico cineasta, conhecido por criar memoráveis personagens femininas, como Annie Hall (Diane Keaton), em “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”. Blanchett, de 44 anos, recebeu elogios pelo papel, mas o fato é que Jasmine, por mais memorável que venha a ser, está longe de ser uma heroína ou uma figura adorável.

O enredo acaba servindo como alerta moral a respeito do que acontece com uma mulher que constrói sua vida em torno de um marido rico, sem consciência do castelo de cartas no qual vive.

Em “flashbacks”, Allen oferece vislumbres da suntuosa vida pregressa da protagonista: um lindo apartamento com paredes verdes, uma vasta casa de praia, jantares elegantes e vestidos de grife. Enquanto o marido dela, Hal (Alec Baldwin), sai com mulheres mais jovens e trama elusivos negócios, Jasmine olha para o outro lado, até que tudo desanda repentinamente.

“Blue Jasmine”, produzido pela Sony Pictures Classic, marca a volta de Allen ao seu país após filmar suas três últimas obras na Europa, incluindo “Meia-Noite em Paris” e “Para Roma com Amor”. Enquanto esses filmes eram cartas de amor para cidades e personagens românticos, “Blue Jasmine” tem cara mesmo é de tragédia grega.

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