Museu com relíquias de Kurt Cobain é parte de rota grunge por Seattle

A região de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos, é famosa no meio corporativo por abrigar multinacionais como a Boeing, a Microsoft, a Amazon e até o Starbucks. No começo dos anos 90, porém, a cidade ganhou as manchetes do mundo ao revelar sua face barulhenta, cabeluda e nem um pouco comportada. Bandas que produziram […]

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A região de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos, é famosa no meio corporativo por abrigar multinacionais como a Boeing, a Microsoft, a Amazon e até o Starbucks. No começo dos anos 90, porém, a cidade ganhou as manchetes do mundo ao revelar sua face barulhenta, cabeluda e nem um pouco comportada.

Bandas que produziram hinos do rock surgiram aos montes no entorno do lago Washington e tornaram Seattle o berço e meca da chamada “cena grunge”. E o Nirvana, talvez a mais célebre cria do lugar, ainda é venerado por lá quase 20 anos depois do suicídio de seu vocalista, Kurt Cobain.

Prova disso é a exposição que o EMP Museum (que funciona em um edifício projetado por Frank O. Gehry ao lado do Space Needle, no parque mais famoso de Seattle) está dedicando atualmente ao conjunto que lançou “Nevermind”.

Nirvana: Taking Punk to the Masses” (“Nirvana: Levando o Punk às Massas) é o nome da exposição, que abriga centenas de objetos que, literalmente, levarão os fãs da banda ao êxtase. Lá estão os restos de guitarras que Cobain destruiu durante seus shows, outras guitarras que ele não destruiu (como a Fender preta estampada com o adesivo “Vandalismo: lindo como uma pedra na cara de um policial”), a camisa listrada que o vocalista usou no clipe “Smells Like Teen Spirit”, os violões utilizados no “Acústico MTV”, baterias espancadas por Dave Grohl, baixos tocados por Krist Novoselic e até duas das estátuas aladas e com as entranhas à mostra que adornaram os shows do Nirvana durante a turnê do álbum “In Utero”, entre 1993 e 1994.

No passeio, o turista também pode chegar bem perto da intimidade do grupo – e especialmente da de Cobain. Em exibição, há desenhos que Kurt fez quando criança (a caricatura do ex-presidente estadunidense Ronald Reagan segurando um macaco é o ponto alto dessas obras), fotos polaroid das primeiras turnês da banda (quando eles ainda viajavam em apertadas vans ao lado de outros conjuntos “underground”, como Melvins e TAD) e diversos manuscritos do vocalista do Nirvana.

A fita demo de um dos primeiros projetos musicais de Cobain (o “Fecal Matter”) também está lá, e pode ser escutada, junto com outras gravações raras, em fones espalhados por todo o espaço da exposição. Ao lado deles, televisores reproduzem depoimentos de pessoas que fizeram parte da história do Nirvana, como os fundadores da gravadora Subpop, o produtor Butch Vig (que ajudou a dar forma ao disco “Nevermind”) e os músicos do “Meat Puppets”, que participaram do “Acústico MTV”.

O museu tem o mérito de colocar a ascensão do Nirvana dentro do contexto do surgimento da cena grunge em Seattle e mostra diversas imagens (feitas principalmente pelo celebrado fotógrafo Charles Peterson) e álbuns de bandas da região da cidade que também ganharam fama, como o Mudhoney e o Mother Love Bone.

Desde que foi aberta, em 2011, “Taking Punk to the Masses” já foi visitado por cerca de 1,5 milhão de pessoas. A exposição funcionará até meados de 2014.

Tour grunge

Em Seattle, o turista pode unir a visita à exposição do Nirvana com passeios por marcos da história grunge. A algumas quadras do EMP Museum, no boêmio bairro de Belltown, está o bar The Crocodile Cafe (2200 2nd Avenue, www.thecrocodile.com), que, entre o final dos anos 80 e o começo dos anos 90, abrigou shows da maioria das bandas de Seattle que se tornariam mundialmente famosas. Nirvana, Alice in Chains e Soundgarden passaram pelo palco do lugar, que hoje continua recebendo shows (porém bem mais ecléticos, com direito a apresentações de hip hop e blues).

Se a banda do dia não agradar, o visitante pode se divertir no karaokê que fica ao lado do espaço de shows, imitando Eddie Vedder em alguns clássicos do Pearl Jam. Na mesma rua do Crocodile há algumas lojas de música com CDs e vinis raros de bandas como Mudhoney, Screaming Trees e Melvins. Vale a pena começar as compras nesses estabelecimentos e, depois, dirigir-se ao Pike Place Market (1st and Pike Street, www.pikeplacemarket.org). Além de ser o principal centro gastronômico de Seattle, esse mercado foi cenário do filme “Singles – Vida de Solteiro”, comédia romântica de 1992 que tem como contexto a cena grunge de Seattle e conta com a participação de Eddie Vedder, Chris Cornell e outros roqueiros.

Fãs do Nirvana, porém, podem ir (e vão) mais longe: a mansão em que Kurt Cobain se matou fica a menos de meia hora do centro da cidade e até hoje é ponto de peregrinação para diversos turistas que visitam a cidade (171 Lake Washington Boulevard). O acesso à propriedade é proibido, mas todos se contentam em observá-la de fora e tirar fotos em um banco (hoje coberto por declarações de amor a Cobain) que fica em um parque ao lado da ex-residência do vocalista.

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