Mulher processa hospital El Kadri por ter pertences furtados durante cirurgia
A mulher conta que o primeiro aborrecimento foi a proibição ao direito de ter uma acompanhante no quarto. Depois, o furto e a falta de responsabilidade do hospital em tentar resolver o problema.
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A mulher conta que o primeiro aborrecimento foi a proibição ao direito de ter uma acompanhante no quarto. Depois, o furto e a falta de responsabilidade do hospital em tentar resolver o problema.
A bibliotecária Marta dos Santos entrou com ação judicial contra o Hospital El Kadri após ter seus documentos e cartões de crédito, débito e de lojas roubados enquanto fazia uma cirurgia no joelho. O procedimento foi realizado em 27 de março e na última segunda-feira, 8 de julho, ocorreu a primeira audiência para tentar uma conciliação. Marta pede uma indenização de R$ 27 mil pelos transtornos causados com o furto de seus pertences.
A mulher conta que o primeiro aborrecimento foi a proibição ao direito de ter uma acompanhante no quarto. Depois o furto e a falta de responsabilidade do hospital em tentar resolver o problema. “Eles não deixaram minha filha ficar comigo no hospital. Alegaram que meu plano de saúde não cobria o serviço e não permitiram a entrada dela. Se ela estivesse lá isso não teria acontecido”, diz Marta.
Sem conseguir que a filha, Fernanda Mel dos Santos, a acompanhasse, Maria foi para o quarto sozinha e ao ser encaminhada para o centro cirúrgico deixou a bolsa em cima de uma cadeira, ao lado da cama, no leito em que ficou instalada. Ao voltar da cirurgia não percebeu que a bolsa não estava no local onde deixou. “Fiz uma cirurgia de reconstrução do joelho. É um procedimento delicado. Quando voltei do centro cirúrgico ainda estava desorientada por causa da anestesia e nem percebi que a bolsa não estava onde deixei. Horas depois quando minha família veio me visitar perguntei pela bolsa e eles a encontraram no banheiro, mas ainda assim não percebi nada”, relata.
No outro dia quando recebeu alta foi procurar na bolsa o celular para ligar para a família e não o encontrou. Apesar disso, continuou sem perceber que a carteira também havia sido retirada da bolsa. “Só vi que a carteira e meus documentos haviam sumido quando cheguei em casa. Na mesma hora voltei ao hospital para saber onde estavam minhas coisas”, lembra.
Mas, no hospital só recebeu negativas. “Eles negaram que os documentos haviam sido furtados lá e não se propuseram em nenhum momento em resolver o problema. Ao contrário, me destrataram”, diz.
Diante disso, decidiu fazer o boletim de ocorrência, na mesma data, em 28 de março deste ano, relatando o que havia ocorrido. Depois entrou com a ação judicial no Juizado Especial. A primeira audiência ocorreu na segunda-feira (8) e, segundo Maria, mais uma vez o hospital não tentou resolver o impasse. “Eles entraram mudos e saíram calados. Apenas se negaram em chegar a um acordo”, conta.
Outra audiência, desta vez de instrução e julgamento, foi marcada para 18 de outubro deste ano.
Tratamento comprometido
Por causa da falta dos documentos, Maria não conseguiu cumprir o repouso como indicado pelo médico. Já que até para pegar dinheiro no banco precisou ir pessoalmente, pois não tinha os cartões.
A mulher conta que sentia muitas dores e precisa ir aos lugares de muleta para resolver os afazeres do dia-a-dia por causa da falta dos documento. “Tudo eu precisa ir pessoalmente com o boletim de ocorrência para resolver. Eu de muleta para cá e para lá”, diz.
Ajuda de estranho
A ajuda que deveria vir do hospital veio do catador de material reciclável José Rodrigues Cardoso. Maria conta que o homem encontrou sua carteira com todos os documentos em uma lata de lixo da Praça Ari Coelho. Como o carnê do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) estava junto com os objetos José foi até a casa da Maria e devolveu tudo para ela. “Ele veio e me devolveu tudo. Mas, o fato de ele ter encontrado meus documentos no lixo deixa mais do que claro que fui furtada. Você não acha?”, questiona.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com o Hospital El Kadri que não quis se manifestar sobre o fato.
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