Médico se recusa a atender adolescente em UPA e ainda manda pais ‘caírem fora’
O jovem sofreu uma queda no trabalho e chegou a desmaiar. Com o rosto ferido e ensanguentado, o adolescente foi auxiliado por amigos e encaminhado para a UPA
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O jovem sofreu uma queda no trabalho e chegou a desmaiar. Com o rosto ferido e ensanguentado, o adolescente foi auxiliado por amigos e encaminhado para a UPA
A família de um adolescente de 16 anos passou por momentos de constrangimento ao tentar atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, em Campo Grande. Precisando de cuidados urgentes, um médico plantonista recusou atender o jovem, e ainda mandou os pais ‘caírem fora’ do posto de saúde.
Por volta das 17h de quarta-feira (17), o jovem sofreu uma queda no trabalho, e chegou a desmaiar. Com o rosto ferido e ensanguentado, o adolescente foi auxiliado por amigos e encaminhado para a UPA.
Nervoso e falando alto e usando gírias, o adolescente acabou ofendendo o médico, que negou atendimento. “Eu cheguei lá e o médico falou na minha cara que não ia atender meu filho porque ele não tem educação, o menino é bom, só tava nervoso”, relatou a servidora pública Deise Medeiros Bogada de Campos, 45 anos.
A mãe do adolescente ainda tentou discutir com o médico, que continuou a negar o atendimento. O pai do jovem, Adilson Duran de Campos, 43 anos, ainda tentou intervir, mas foi destratado pelo médico.
“Eu tentei conversar com ele, e o médico saiu gritando, dizendo que não ia atender meu filho, que só atendia quem ele quisesse e que era pra gente cair fora do posto de saúde”, relatou Adilson.
O jovem só foi atendido por outro médico plantonista, e foi colocado para tomar soro. “Ele começou a tomar soro era seis da tarde, e deu meia noite ninguém liberava ele, e nem fizeram um raio-x na cara dele”, comentou o pai.
Liberação e ameaça
Já era meia noite e os pais do adolescentes ainda tentavam tirar o filho da UPA da Vila Almeida, quando tiveram nova discussão com o médico.
“Eu briguei com ele falando pra liberar logo meu filho, parecia até birra, mas ele não liberava. Discutimos muito e ele chegou a me chamar pra briga”, comentou Adilson.
A discussão só acabou com a intervenção de enfermeiros e outros profissionais da UPA, e com a liberação, por outro médico plantonista, do adolescente.
A reportagem tentou contato com o médico, através do telefone da UPA da Vila Almeida, porém não conseguiu resposta. Também foi tentado contato via assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que até o fechamento desta edição não se manifestou.
No outro dia
O jovem só conseguiu fazer um raio-x no início da tarde de quinta-feira (18), já na Santa Casa de Campo Grande. Segundo os pais, ele está com suspeita de nariz quebrado.
Os pais do adolescente garantiram que vão registrar um boletim de ocorrência contra o médico .
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