MDR disputou licitação com a Salute e diz que foi pressionada a assinar rescisão de contrato

O dono empresa MDR Distribuidora de Alimentos, Mamed Dib, declarou em depoimento da CPI do Calote que participou da ‘estranha’ licitação em que a Salute levou quase todos os lotes e que foi pressionado a assinar a rescisão de contrato. Segundo Mamed, em novembro de 2012, contrato da MDR sofreu um aditivo para valer até […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O dono empresa MDR Distribuidora de Alimentos, Mamed Dib, declarou em depoimento da CPI do Calote que participou da ‘estranha’ licitação em que a Salute levou quase todos os lotes e que foi pressionado a assinar a rescisão de contrato.

Segundo Mamed, em novembro de 2012, contrato da MDR sofreu um aditivo para valer até janeiro de 2014 e que ele entrou o ano fornecendo alimentos normalmente para Ceinf (Centro de Educação Infantil), Cras (Centro de Assistência Social) e abrigos.

Entretanto, em 2013 os pagamentos foram feitos todos com 90 dias de atraso. “Demorou 90 dias para receber os três primeiros meses. O pagamento de março recebi em junho e ainda tenho abril e maio que dá R$ 415 mil sem receber”, disse Mamed.

Mamed disse que no dia 1º de maio ele fi chamado a sala do prefeito Alcides Bernal, na presença do secretário de finanças, Wanderey Ben Hur e que Bernal teria mostrado um documento para ele, um tipo de ‘destrato comercial’, falando que se ele assinasse iria receber.

“Assinei umas oito páginas de documentos, mas confesso que mal li. Assinei porque tenho um nome a zelar e porque Ben Hur garantiu que pagaria. Estava devendo fornecedor, funcionário, salários e juros no banco. Queria mesmo receber, o importante era isso”, declarou na CPI.

O empresário conta que mesmo com a rescisão de um contrato que valia até 2014 ele não entrou na Justiça e participou da licitação em que a Salute saiu vencedora da maior parte dos lotes.

“Mesmo assim eu participei. Foi muito estranho, porque abriu o primeiro pacote, achocolatado. O pessoal deu lance R$1,50, R$ 1,40 e a Salute baixou R$ 0,30. E assim foi indo, abrindo pacote e sempre nessa historia. Eu não ganhei nenhum item. O que foi mais estranho foi o preço. Uma coisa é vender barato outra é vender abaixo do preço de custo, que se paga para poder vender. A intenção ali era ganhar tudo”, afirmou.

Outro problema que ele teve com Bernal, segundo depoimento da CPI é que não teria justificativa pra cancelar a licitação e o prefeito teria ido à imprensa falar mal do alimento que ele fornece.

“Falava mal do meu alimento, da qualidade, da pontualidade, que eu não entregava no prazo. Eu trouxe todos os requerimentos assinados provando que entregava no prazo. E como meu produto pode não ser de qualidade se eu não manipulo, não sou fabrica, sou distribuidor. Meu produtos são todos da Yoki, Mabel, Dallas, como que não tem qualidade?”, destacou.

Ele foi questionado, sobre quem teria fornecido alimentos entre os dias 6 de maio, quando ele parou de fornecer até o dia 27 de julho, quando o contrato com a Salute foi publicado. Mamde disse que não sabe, que tem muita fofocas, mas que seria perjúrio repetir na CPI,mas garantiu que não foi ele quem vendeu.

A pedido do relator da CPI, vereador Eliseu Dionísio (PSL), foi confeccionado um oficio solicitando a cópia do destrato, porque Mamed não teria cópia do documentos e também uma resposta de quem teria fornecido alimentos nesse hiato entre o dia 6 e maio e o dia 27 de julho.

Conteúdos relacionados

Hanna é dócil e está desaparecida desde o dia 19 de dezembro (Reprodução, Arquivo Pessoal)