O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, exigiu na quinta-feira um pedido de desculpas dos EUA depois que a embaixadora norte-americana na ONU afirmou que vai combater “a repressão” no país sul-americano.

Desde que assumiu o cargo há quatro meses, Maduro tem se dividido entre uma retórica agressiva contra “os planos golpistas” de Washington e pedidos públicos por uma melhor relação com um de seus principais clientes petrolíferos.

“Repudio e rechaço de todas as formas as mal colocadas, injustas e agressivas declarações da embaixadora Samantha Power contra a Venezuela, e peço a retificação imediata do governo dos Estados Unidos sobre estas declarações infames”, disse o presidente da Venezuela em um evento no Estado de Monagas.

Power, uma jornalista e ex-assessora do presidente Barack Obama para questões de direitos humanos, comprometeu-se na véspera, perante o Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, a “responder a repressão à sociedade civil que está acontecendo em países como Cuba, Irã, Rússia e Venezuela”.

A tensão entre Venezuela e EUA pela recusa norte-americana em reconhecer a vitória de Maduro na contestada eleição venezuelana havia diminuído após uma reunião em junho entre o chanceler do país sul-americano, Elías Jaua, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry.

No entanto, a oferta de asilo feita por Caracas ao ex-prestador de serviço de uma agência de inteligência norte-americana Edward Snowden, que é buscado pelos EUA por ter revelado os programas de vigilância secreta do governo norte-americano, voltou a gerar rusgas entre os dois países.

“Repressão há nos Estados Unidos, que assassinam o povo afro-americano de maneira impune, que perseguem o jovem Edward Snowden por dizer a verdade”, disse Maduro, que voltou a acusar o “governo imperialista de Obama” de conspirar com a oposição venezuelana para desestabilizar a Venezuela.