Com o resultado do carnaval 2013, o presidente da Liesco (Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá), Enilde Vital da Costa, avaliou os dois dias de desfile das agremiações. Para ele, o novo percurso da passarela do samba foi aprovado pelo público que ganhou mais uma quadra ao longo da avenida General Rondon. “Mudança de percurso foi positivA no sentido de que o público, parte mais importante para a Liesco, aceitou e ficou muito bem acomodado, principalmente os idosos, os cadeirantes que tiveram lugar reservado para eles”, disse.

Com relação aos dois recuos (XV de Novembro e Major Gama), ele avaliou que as escolas apesar de não utilizarem o recurso, buscaram apresentar algo diferenciado para o público naquele trecho. “O segundo recuo não era obrigatório fazer, mas muitas delas fizeram ali uma apresentação legal”, disse ao revelar uma novidade que deve vir para o próximo ano. Segundo ele, houve a sugestão de uma escola em fazer um recuo inicial na abertura do desfile, mantendo o recuo tradicional na rua XV.

Enilde garantiu que será cumprido o que está determinado no regulamento deste ano, ou seja, que em 2014, a competição ocorrerá entre as dez escolas num único grupo, extinguindo assim os grupos de Acesso e Especial. “Essa mudança está dentro do regulamento, tem lista de presença de todos. Em 2014, estarão as dez escolas num único grupo concorrendo a oito vagas para 2015. Há um bom tempo de preparação, da mesma forma que aconteceu quando criamos os grupos de Acesso e Especial, começamos em 2005 essa ideia, porém o Grupo de Acesso só começou a valer em 2007”, disse ao justificar que a mudança dará maior competitividade entre as entidades.

“Pela projeção quem recebeu 37 mil hoje poderá receber 60 ou até 70 mil, mas isso vai depender das nossas promoções, eventos que formos fazer”, disse o presidente, ressaltando que todas deverão receber valores aproximados para realizarem uma competição igualitária.

Ele pontuou que os trabalhos da Liga não terminam com o carnaval, pelo contrário, continuarão ao longo de todo o ano, buscando incrementar os desfiles. “Teremos mais trabalho do que esse agora. A gente tem o pé no chão e sabe o que pode conseguir pra frente e não ficar estagnado como estávamos. Não que a Liesco não tivesse feito nada, mas ela sempre dependeu de verba pública”, comentou.

Questionado sobre a opinião da Liesco em relação à construção de um sambódromo em Corumbá, ele avaliou que a proposta precisa ser debatida. “A Liesco tem a opinião de que o sambódromo tem um custo muito alto, ele não pode ser construído simplesmente para o desfile das escolas de samba. O ano todo ele tem que gerar empregos e renda para o próprio sambódromo e para as entidades que a estiverem administrando. Ele tem que ser melhor estudado. Não seria propriamente um sambódromo, mas um centro de convenções como já estão denominando esses espaços pelo país, mas isso tem que ser bem estudado e discutido”, disse ao lembrar daquilo que considera uma necessidade urgente das agremiações.

“O mais urgente para as entidades é a construção de barracões. Tendo o local onde possa abrigar as dez escolas de samba para ter eventos, para os carros serem abrigados como praticamente uma sede das escolas de samba, vai criar um vínculo maior entre elas, deixando rivalidades desnecessárias”, disse o presidente, ao afirmar que assim que for realizada a reunião de prestação de contas entre os representantes das agremiações que integram a Liga, será marcada uma reunião com a Prefeitura para programar o próximo carnaval das escolas de samba.