Jornalista é ameaçado de morte na fronteira
O assessor de imprensa da Câmara Municipal de Ponta Porã e repórter fotográfico do site Pedro Juan News, de Pedro Juan Caballero, Lourenso Véras, recebeu ameaças de morte na noite desta quarta-feira (8), através de mensagens transmitidas para o seu aparelho de celular. O repórter investigativo Léo Véras, como é conhecido popularmente, denunciou que na […]
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O assessor de imprensa da Câmara Municipal de Ponta Porã e repórter fotográfico do site Pedro Juan News, de Pedro Juan Caballero, Lourenso Véras, recebeu ameaças de morte na noite desta quarta-feira (8), através de mensagens transmitidas para o seu aparelho de celular.
O repórter investigativo Léo Véras, como é conhecido popularmente, denunciou que na terça-feira à noite recebeu várias mensagens de texto em seu celular, descrevendo ameaças de uma pessoa desconhecida, dando conta de que ele fazia parte de uma relação de pessoas a ser executada na região de fronteira.
As mensagens foram transmitidas entre as 19h44 e as 20h04, sempre afirmando que Véras estaria em uma “lista negra” e que seria o primeiro a ser executado, com o mesmo requinte com que escreve suas reportagens policiais.
Para Léo Véras, a pessoa que enviou as ameaças certamente está incomodada com o conteúdo de uma matéria que ele publicou num veículo de comunicação brasileiro, sob o título “Senador e juiz têm relação perigosa na fronteira”, detalhando a vida de autoridades que lutam contra o crime organizado.
No material, o repórter conta que agentes federais brasileiros tiveram que realizar um resgate urgente do juiz federal Odilon de Oliveira, da cidade de Naviraí, e que, em Pedro Juan Caballero, outro dos supostos combatentes contra o crime organizado estava sendo acusado por uma testemunha de ser o mandante do homicídio que vitimou o fotógrafo Carlos Artaza.
Véras formalizou a denúncia em uma delegacia de polícia de Pedro Juan para que os agentes investiguem o caso, já que além dele, outras quatro pessoas foram ameaçadas da mesma maneira, incluindo autoridades e seus familiares, sempre com mensagens partindo do mesmo celular. Numa delas foi anunciada a instalação de uma bomba caseira em determinado lugar, o que acabou não sendo confirmado.
De qualquer forma, Léo Véras diz que as ameaças não o amedrontam e que ele tem consciência que a região onde trabalha é hostil aos jornalistas. “Eu seguirei realizando meu trabalho, como faço todos os dias, e não vai ser mais esta ameaça contra a minha vida que me fará desistir ou encerrar-me dentro de minha residência”, disse.
No Norte do Paraguai os integrantes do crime organizado envolvidos com a política têm o hábito de se utilizar chips de “celulares bombas” (descartáveis) para ameaçar periodistas e autoridades, já que dificilmente os agentes policiais conseguem detectar os autores das ligações. Os chips normalmente são comprados em nome de “laranjas”, de forma que os verdadeiros criminosos conseguem se manter no anonimato.
As últimas ameaças e fatos ligados à violência contra profissionais de imprensa e autoridades têm deixado a população pedrojuanina em alerta, sobretudo depois do assassinato de Carlos Artaza, executado a tiros por uma dupla ocupando uma motocicleta. Na capital de Amambay, os jornalistas vêm conduzindo seus trabalhos quase sempre escoltados por agentes da Polícia Nacional.
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