A comunidade indígena da etnia Atikum será beneficiada com área cedida pela União, no município de Nioaque, distante 187 quilômetros de Campo Grande. A iniciativa é efetuada em parceria entre SPU/MS (Superintendência do Patrimônio da União) e a Procuradoria de República de Mato Grosso do Sul. A etnia reivindica uma solução para regularização  de terras há mais de 10 anos.

O benefício será concedido por meio de uma permuta de encargos entre a União e a prefeitura de Nioaque. De acordo com o superintendente da SPU/MS, Mário Sérgio Sobral Costa, o procedimento consiste em passar um objeto em troca de outro equivalente, de mesmo custo e tamanho.

No caso, o município de Nioaque não tinha no momento como dar sua contrapartida. Então, a União leiloará uma área equivalente no município de Caracol, distante 384 quilômetros da Capital, e o valor será depositado em uma conta específica para compra de uma propriedade equivalente.

Conforme o superintendente, a recomendação dos indígenas e do MPF (Ministério Público Federal) é de que a nova área seja adquirida próxima à que eles habitam atualmente. O local pertence aos Terenas, que cederam o local para abrigar a etnia originária do estado de Pernambuco.

Os índios Atikum são originários da região limítrofe do município de Salgueiro (PE).  Um local muito conhecido pela produção de frutas e diversos tipos de vegetais e, mais ainda, pelas plantações ilegais de maconha, o que tornou a área conhecida como “Polígono da maconha”.
 
Expulsos daquela região por plantadores e traficantes de maconha, que os viam como uma ameaça aos seus interesses econômicos, os Atikum emigraram para o Mato Grosso do Sul na década de 80, sendo mais de 20 famílias de desabrigados.

À época, visando amenizar a situação dos recém-chegados ao estado, os índios Terenas cederam uma pequena área de suas terras no município de Nioaque, onde os Atikum permanecem  até hoje em condições precárias.