Vizinhos explicam que diariamente após a morte do menino ela bate na casa dos colegas perguntando por ele, como se ainda estivesse no campinho jogando bola.

A dor da morte é inexplicável. E, quando se trata de uma criança de 12 anos, que teve um infarto fulminante durante uma partida de futebol, o sentimento parece ser ainda pior, sem explicação. Emanoel Areco, 12 anos, morreu dessa maneira em um campinho no bairro Oliveira III, no último sábado (26), e desde então a sua mãe está em estado de choque, acreditando que ele ainda está vivo.

“Eu sou muito amiga da mãe dele, assim como o meu neto era do menino. Acontece que ela está desorientada, bate de casa em casa perguntando por ele. Ela fala para ele voltar logo porque tem que tomar banho, que o menino está lá todo sujo jogando bola. É muito triste e todos os dias ela faz isso”, conta Modesta Chamurro Freitas, 57 anos.

Quando vivo, D. Modesta diz que o menino diariamente ia em sua casa logo cedo e pedia para buscar o pão. “O Emanoel era muito responsável e querido aqui no bairro. Ele geralmente tomava café da manhã aqui conosco e já ia brincar com o meu neto. Hojé é o André Luis que está sofrendo com a falta do amiguinho e já foi duas vezes tomar soro no hospital, porque chora a todo o momento e não quer comer”, lamenta D. Modesta.

Da mesma maneira conta a auxiliar de limpeza Joyce Souza de Lima, 33 anos. “Ela parece não estar acreditando que o filho morreu e eu não sabia nem o que responder quando ela perguntou por ele da última vez. É muito triste ela ficar assim, ainda mais que precisa cuidar dos outros seis filhos. E o meu menino, que também era ligado a ele, está triste, não quer comer e todos estamos sentindo com isso”, ressalta a mãe do João Paulo.

Mãe do Danilo, outro amigo da mesma idade da vítima, Lúcia Rodrigues de Oliveira, 48 anos, disse que não soube dar respostas a mãe ontem (30), quando ela bateu em sua casa perguntando do menino. “Foi o meu filho que saiu lá e respondeu a ela que ele estava em no céu, morando com Deus. Aí logo em seguida o filho mais velho veio e levou ela pra casa”, comenta a dona de casa.

Querido por todos, os amigos dizem que ele adora soltar pipa, pular em árvores, chupar gelinho e jogar futebol. “Todos nós estamos sentindo falta, só que para a mãe é pior ainda. Embora criança, ele já ajudava muito ela e era bem responsável”, comenta Oliveira.

Na manhã desta quarta-feira (31), o Midiamax reuniu grande parte dos amigos da vítima, que soltavam pipa quando a reportagem chegou ao local. Eles disseram que ainda não estão com coragem de voltar ao campinho, onde semanalmente eles se reúnem para jogar futebol.

Nós também tivemos acesso a casa da mãe da vítima, mas preferimos não tocar no assunto para não relembrar a triste notícia. Com relação aos vizinhos, eles pedem ajuda para a mulher, que atualmente mora com os seis filhos na rua Praia Grande, n° 155, Jardim Oliveira III.