Homens também enfrentam um “teto de vidro” próprio às vezes – quando têm filhos e assumem funções domésticas, ou seja, adotam papéis vistos como tradicionalmente femininos. O mesmo acontece com mulheres que fogem do “esperado” e escolhem não ter filhos ou deixar o trabalho de casa para os outros. As descobertas são de um estudo de professores da Rotman School of Management, da Universidade de Toronto, do Canadá.

Segundo a pesquisa, o tratamento que profissionais recebem de colegas de trabalho está diretamente relacionado com os papéis de gênero assumidos por eles em casa – e qualquer um que saia das expectativas tradicionais de o que é feminino e o que é masculino pode ser penalizado.

Assim, homens que assumem funções domésticas após ter filhos, como passar mais tempo em casa cuidando das crianças, recebem tratamento pior do que aqueles que são os principais provedores da família e colocam o emprego em primeiro lugar. Já mulheres que não assumem o papel de responsável pelas funções domésticas depois de terem filhos, bem como aquelas que escolhem não ser mães, também são maltratadas com mais frequência pelos colegas do que mães que assumem as tarefas domésticas.

A pesquisa promoveu dois estudos de campo, um deles em organizações com quadro de funcionários formado principalmente por mulheres, e outro em um local de trabalho dominado por homens. Em ambos os ambientes foi encontrado assédio de profissionais que não se encaixavam nos papéis tradicionais de gênero. A análise buscou exemplos em que os profissionais fossem provocados, maltratados e excluídos por colegas de trabalho por causa do comportamento doméstico. No caso dos homens, foi buscado também situações que os acusassem de “não serem homens suficientes”.