Os 30 ativistas presos na Rússia por protestarem contra a instalação de uma plataforma petrolífera no Ártico podem ser absolvidos graças a um projeto de anistia que tramita no Parlamento, disseram advogados e o Greenpeace nesta quarta-feira.

Emendas de última hora no projeto de anistia proposto pelo presidente Vladimir Putin implicam o fim “quase certo” dos processos contra os 30 ativistas, segundo o grupo ambientalista. Além disso, os 26 estrangeiros do grupo, incluindo uma brasileira, poderão deixar a Rússia imediatamente.

A prisão dos “30 do Ártico”, como o Greenpeace os chama, motivou críticas do Ocidente e foi amplamente vista como um sinal de que Putin não irá tolerar qualquer tentativa de impedir a Rússia de explorar os recursos do Ártico.

O arquivamento dos processos eliminaria um dos muitos motivos de irritação do Ocidente com a Rússia a poucas semanas da Olimpíada de Inverno de Sochi, em fevereiro.

Advogados disseram também que duas integrantes da banda punk Pussy Riot –atualmente cumprindo pena de dois anos por causa de um protesto numa catedral de Moscou em 2012– também deverão ser libertadas.

A previsão inicial é de que elas sejam soltas em março, e não está claro em quanto a pena poderá ser abreviada após a aprovação da anistia.

Os “30 do Ártico” foram presos quando a guarda costeira russa abordou um navio quebra-gelo do Greenpeace, o Arctic Sunrise, após um protesto em 18 de setembro em que alguns ativistas tentaram escalar a plataforma petrolífera Prirazlomnaya, a primeira do país no Ártico.

Eles passaram dois meses detidos em condições precárias, foram impedidos de deixar a Rússia após serem libertados sob fiança, e ainda podem ser condenados a sete anos de prisão pelo crime de vandalismo.

“Posso em breve ir para casa, para minha família, mas jamais deveria ter sido indiciado e preso em primeiro lugar”, disse ao Greenpeace o norte-americano Peter Willcox, capitão do Arctic Sunrise.