Governo destinará R$ 1,2 bilhão para equalizar preço do milho

O governo federal deve aplicar R$ 1,4 bilhão para a equalização dos preços do milho. O mecanismo de proteção virá em modalidades que abrangem leilões e o custeio no transporte. Portarias já assinadas devem confirmar a partir desta semana o início das operações. A informação é do senador por Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), durante encontro com produtores rurais em Lucas do Rio Verde.

A medida é uma forma de conter a baixa nos preços da commodity e assegurar competitividade à produção. “Dois milhões de toneladas vão ser adquiridas por meio de contratos de opção. Outro um milhão de toneladas por meio de AGF. Além disso, mais de R$ 700 milhões serão colocados para ajudar no transporte, por meio de leilões de equalização ao produtor (Prepo) e de prêmios para escoamento da safra (PEP), em que o produtor recebe cerca de R$ 5 a saca do milho e pode transportá-la”, disse Blairo Maggi ao Agrodebate.

No principal produtor brasileiro de segunda safra – Mato Grosso – a baixa nas cotações do cereal já impactou na velocidade de comercialização do produto. A venda chega a apenas 4 milhões de toneladas frente a uma super safra superior a 16 milhões de toneladas.

“Já observamos preços não tão otimistas e essa lentidão de negócios força ainda mais a queda de preços. Isso se comprova vistas às médias de preços que foram comercializados nesse mês”, avalia a analista de mercado Bruna Lopes, do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Mato Grosso já registra defasagem nos valores médios de venda. Somente neste mês de maio, 4,5% dos negócios foram fechados a R$ 11,53.

De acordo com este instituto, em novembro, no início dos negócios para a safra 12/13, o preço médio de comercialização foi de R$ 15,96, o que motivou a venda de apenas 6% da safra mato-grossense. Em janeiro, quando se iniciaram os negócios fechados em valores abaixo do preço médio de comercialização, o preço atingia R$ 14,01.

A Companhia Nacional de Abastecimento estima uma safra de milho no estado acima de 17 milhões de toneladas, número superior ao divulgado pelo Imea, instituto de pesquisa que representa as entidades do setor produtivo da unidade federada.