Ainda em estado de choque com a morte do delegado Paulo Magalhães, assassinado na tarde de ontem (26), em Campo Grande, a família disse que já havia o alertado sobre os perigos de ‘estar sempre em busca da verdade’.

“Eu não tinha este tipo de conversa, mas minha mãe falava muito com ele, dizendo que buscar a verdade em um país como o nosso era perigoso. São poucas pessoas que fazem o que ele fazia, tanto que ele já estava desiludido. E, mesmo assim, ele era um exemplo de honestidade para mim”, comenta o enteado Daniel de Brito Rodrigues, 23 anos.

Acadêmico de Direito, ele diz que tem o Paulo como um exemplo de pessoa e que a família lamenta profundamente a morte da vítima. “Ele me tratava muito bem, tentava fazer as coisas surtirem efeito e era muito patriota, inclusive dava aulas de Direito Penal com a bandeira do Brasil ao lado. Foi uma pessoa polêmica em uma época polêmica”, comenta o estudante.

Amiga de infância da esposa de Paulo e também de toda a família, Tânia Faria, 57 anos, diz que a luta da vítima por corrupção era algo que deixava todos preocupados.

“Ela lutava muito contra o que considerava errado e não queria ver as coisas como estão, com tanta corrupção. E um aluno, o primeiro a chegar aqui hoje, é um exemplo de como ele era uma pessoa ativa. E, infelizmente, quem não cala a boca incomoda as pessoas”, afirma Faria.