Detentos foram mortos antes de rebelião em presídio no interior de SP, segundo sindicato

Os dois detentos que morreram dentro da penitenciária Dr. Antônio de Queiróz Filho, em Itirapina (212 km de São Paulo), foram assassinados antes do começo da rebelião ocorrida na unidade, informou nesta terça-feira (16) o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo. De acordo com a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), […]

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Os dois detentos que morreram dentro da penitenciária Dr. Antônio de Queiróz Filho, em Itirapina (212 km de São Paulo), foram assassinados antes do começo da rebelião ocorrida na unidade, informou nesta terça-feira (16) o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo. De acordo com a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), as mortes ocorreram durante o motim.

Segundo o sindicato, Flávio Roberto da Silva, 32, condenado a 16 anos de detenção por furto e outros crimes, e Antônio Washington de Souza, 39, que cumpria 20 anos de detenção também por furto e outros delitos foram assassinados a golpes de estilete em um acerto de contas entre os presos, quando os parentes dos detentos ainda não haviam entrado na unidade. Um deles foi degolado e outro teve as vísceras e o coração arrancados.

De acordo com a SAP, a rebelião começou por volta das 11h do último domingo (14), mas não informou o que teria motivado o início do tumulto que durou quase 22 horas. Visitantes relataram ao Estadão Conteúdo que detentos ficaram revoltados quando uma mulher que visitava o companheiro foi barrada durante a revista na portaria.

O sindicato informou que os presos usaram o fato como pretexto para dar início ao motim, que resultou na morte dos dois presos.

Durante o incidente, 68 parentes de detentos, sendo 51 mulheres, sete homens e dez crianças e adolescentes, permaneceram dentro da penitenciária até o fim da rebelião.

“Nenhum funcionário foi feito refém, e não houve depredação ao patrimônio público”, informou a secretaria por meio de nota. Parentes afirmaram ao SBT que também não foram mantidos como reféns. Para o sindicato, isso reforça a tese de que o tumulto foi usado como forma de encobrir o motivo das mortes.

Após a rebelião, que terminou na manhã de segunda-feira (15), homens da Tropa de Choque da Polícia Militar entraram na unidade e realizaram a contagem nominal dos presos.

O sindicato informou que ao menos 72 detentos foram transferidos para uma unidade prisional em Presidente Venceslau (SP).

De acordo com a SAP, um procedimento foi aberto pela Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário para apurar o que aconteceu. A penitenciária tem três vezes mais presos do que a capacidade: são 692 detentos em um espaço que comporta 210.

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