Diferente das pessoas que preferem não reclamar quando acontece um erro em uma conta ou troco e o valor é pequeno, o aposentado A.S., 69 anos, não quis ‘deixar barato’. Assim que fez uma recarga de quatro unidades no cartão do ônibus para a neta e tentou passar na catraca, constatou que havia apenas dois passes, tendo o prejuízo de R$ 5,70.

O fato ocorreu na semana passada, mas como ele usa o cartão apenas uma vez ao mês, decidiu reclamar porque em janeiro passou pelo mesmo problema. “A minha neta me acompanha ao centro mensalmente para retirar a sua pensão. No mês passado coloquei três créditos e o meu saldo apontou dois. Este mês coloquei quatro e metade sumiu”, disse indignado o aposentado.

Ao reclamar no ponto de recarga, ele foi avisado que estaria devendo a Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo). “Achei um absurdo porque nunca ouvi falar que a gente fica devendo. Então fui pessoalmente à empresa para fazer a reclamação, cobrei e eles não me devolveram os créditos. Se houver um desvio de cada cartão, o montante final de dinheiro é grande”, comenta o aposentado.

Não contente com a posição da Assetur, A. garante que compareceu ao Procon/MS (Órgão de Proteção ao Consumidor), na última sexta-feira (15). “Eles tentaram negociar para me devolverem os créditos, mas não foi possível (notificação 00067924/13). Eu tenho o meu cartão do idoso, mas não acho certo que a situação fique assim”, comenta o aposentado.

Assetur garante que situação é comum

Questionada pelo Midiamax sobre o problema, a assessoria de comunicação da Assetur explicou que a situação é muito mais comum do que se imagina. Desde que foi instalada a obrigatoriedade somente dos cartões nos coletivos, após um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), entre o Ministério Público Estadual e a Assetur, a empresa liberou dois créditos a cada cartão do cidadão.

“Isso aconteceu para acabar com aquela desculpa da pessoa de que não tinha dinheiro ou que tinha esquecido. Mesmo sem saldo, os cartões recebem dois passes, mas que serão descontados assim que a pessoa recarregar o seu cartão”, explica a assessoria de comunicação.

Seria este o impasse do aposentado A., de acordo com a Assetur. “Analisamos no sistema e ele usou os passes, mas no dia 3 de novembro ficou devendo R$ 0,90. No dia 14 do mesmo mês comprou quatro e foi descontado esse saldo devedor, lhe deixando com R$ 3,10. Já no dia 18/12, usou duas vezes o passe e fechou o ano no negativo com a empresa. Neste mês, no dia 8, o aposentado teria utilizado mais uma vez o cartão sem saldo, com a catraca liberada. Ele usou e comprou quatro créditos, sendo descontado o que devia”, fala a assessoria.

Sistemática gerou dúvidas no início

Assim como o aposentado, a assessoria conta que no início do acordo, em 2011, a empresa teve inúmeros desentendimentos com os usuários. A obrigatoriedade do cartão começou a valer no dia 26 de agosto de 2011 e se concretizou em 2012. “Foi uma confusão porque as pessoas ligavam querendo saber o que estava acontecendo. Mas hoje é raro ter esse tipo de problema. Todos que possuem o cartão estão nesta sistemática”, conclui a assessoria.

Serviço

Mais dúvidas podem ser esclarecidas com a Assetur/Consórcio Guaicurus, por meio do telefone: 3316 – 6600 ou www.assetur.com.br