Os deputados estaduais Marcelo Freixo (PSOL), Paulo Ramos (PDT) e Luiz Paulo (PSDB) protocolaram na presidência da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) uma denúncia por crime de responsabilidade e quebra de decoro e pediram o impeachment do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), após denúncias de suposto uso ilegal dos helicópteros oficiais do Estado.

Segundo reportagem da revista “Veja”, Cabral teria utilizado as aeronaves para transportar a família e funcionários até a sua casa de veraneio em Mangaratiba, na Região dos Lagos.

Cabral também percorreria diariamente, de helicóptero, o trajeto entre o heliporto da Lagoa e o bairro de Laranjeiras, na zona sul, onde está localizada a residência oficial do governo do Estado, o Palácio Guanabara. A distância seria de aproximadamente sete quilômetros.

Os três parlamentares também entraram com ação de improbidade administrativa no MP-RJ (Ministério Público do Rio) e entregaram ao MPF (Ministério Público Federal) uma representação contra o governador por peculato.

Os deputados ainda devem entrar com o pedido de instalação de uma CPI (Comissão parlamentar de Inquérito) para investigar Cabral. No entanto, como a Alerj está em recesso parlamentar, a comissão só poderia ser instalada em agosto.

Para Freixo, o governador “continua aéreo”, e “não entendeu os recados das ruas” –em referência aos protestos que ocorreram na capital fluminense nas últimas semanas, entre os quais o ato “Fora Cabral”, realizado na rua onde mora Cabral e a família, no Leblon, na zona sul da cidade. “As denúncias sobre uso ilegal e imoral dos helicópteros são graves”, afirmou, mais cedo, o deputado do PSOL em sua página no Facebook.

Na versão do Executivo fluminense, Cabral utilizaria os helicópteros oficiais somente quando necessário. Segundo o peemedebista, “todos os governadores de Estado dispõem de frota de helicópteros”, e “não procede que haja uso de helicópteros do Estado para transporte de amigos e de prestadores de serviço”.

“O governador Sérgio Cabral encara como uma perseguição ao seu mandato informações que soem como ‘denúncias’ quanto ao uso de helicópteros do Estado para utilização pessoal”, afirmou a assessoria de Cabral, em nota.