A orientação é que usuários frequentem apenas clubes certificados e em caso de irregularidades, denunciem ao Corpo de Bombeiros pelo 193

Final de semana de sol, férias, e início do verão, vamos ao clube? Essa pergunta é quase rotina nessa época do ano e como a maioria dos mortais não tem piscina em casa, os clubes e associações são uma boa pedida para se refrescar e se divertir. No entanto, alguns cuidados essenciais devem ser tomados na escolha do local, e o primeiro deles é a certificação de que o clube é um local seguro para ser frequentado.

Segundo o Capitão Teller, do Corpo de Bombeiros, o local ter certificação expedida pelo órgão é primordial para que o dia de lazer não se transforme em problema. “As vistorias são feitas durante todo o ano e todo clube tem que ter o certificado de vistoria (com ou sem piscina) e se for com piscina são cuidados especiais como boias, e com piscinas acima de 50m2 é necessário ter guarda-vidas”, enumera ele sobre os cuidados.

E esse preparo obrigatório para receber os banhistas já faz parte da rotina de um tradicional clube da cidade. No Estoril, o “Verão 360°” promete oferecer também segurança aos banhistas. Com quatro piscinas para adultos e uma infantil, quatro profissionais salva-vidas auxiliam na segurança dos frequentadores. De acordo com José Reis, diretor social do local todos os profissionais são treinados e orientados. “A maioria tem treinamento com o corpo de bombeiros mesmo e inclusive são orientados a conversar com os banhistas que exageram ou com os pais que descuidam das crianças”, aponta o responsável.

A precaução está correta. Segundo o capitão Teller as crianças são as principais vítimas durante o verão. “As crianças necessitam de cuidados especiais, são exploradoras e aventureiras, então é sempre bom vigiar, com cuidado redobrado, para não passar dos limites. Inclusive no banho de balde, de mangueira, ou mesmo ao lavar roupas que são os casos mais comuns. A criança tem um centro de gravidade diferenciado (concentrado na cabeça), e se cai num balde, um palmo de água é suficiente para afogar uma criança”, aconselha o profissional.

Combinação fatal

Outro ponto de segurança alertado pelos bombeiros é a combinação bebida alcoólica e uso de piscinas. “A mistura de água com bebida, assim como direção pode ser fatal, pois perde a noção de segurança”. E mesmo que cause constrangimento, José Reis garante que o sócio que passa dos limites é alertado pela equipe de trabalho do clube. “Se vemos alguém alcoolizado os profissionais são orientados a conversar com os banhistas, com os pais e o próprio clube solicita isso aos frequentadores, pois temos que cuidar do coletivo”, aponta.

Decepção

A estudante Karen Estiegler, 20 anos, promete agora levar todos esses apontamentos em consideração, após se decepcionar ao ir até um clube da Capital. “Ao chegar os funcionários prendem os clientes vendendo pacote de sócio, eu não queria , queria apenas pagar a taxa e entrar no clube , com a insistência meu marido acabou se associando”, conta ela que aí começou a decepção maior.

“Descemos no bosque e tinha umas pessoas fumando maconha e fazendo churrasco , todos visivelmente bêbados , tomando cachaça pura e falando de assaltos e palavras de baixo calão e eu com as três crianças descemos para a praia do local, onde não tinha nenhum tipo de segurança”, conta ela.

Na piscina do local, a sensação de frustração aumentou. “Fui para a piscina de tobogã e mais uma decepção, pois a água estava cheia de insetos mortos , as pessoas desciam em grupo do tobogã , extremamente perigoso . E o que mais me indignou é que não tinha fiscalização nenhuma, com os adultos visivelmente alcoolizados pulando e correndo em volta das crianças e assustando a todos”, reclama. Ela garante que não viu nenhum guarda-vidas nem itens essenciais de segurança.

O que fazer?

Segundo o capitão dos bombeiros, os usuários que se depararem com uma situação destas em algum clube podem e devem fazer a denúncia, mas o órgão deve intensificar a fiscalização. “A fiscalização nesse final de ano fica especialmente com os clubes com piscinas, e nessa época são poucos os clubes que ainda não procuraram os bombeiros. Contamos muito com as denúncias, em especial de clubes não regulamentados”, aponta Teller.

Em caso de irregularidade o clube é notificado e tem um tempo para se adequar. “Mas em casos graves interditamos o local até que esteja tudo certo para que seja certificado. A orientação que damos aos usuários é que frequentem clubes vistoriados e certificados, e em casos de irregularidade, deve denunciar. As denúncias podem ser feitas diretamente no 193”.

Diante da experiência ruim, Karen confessa que nem pensou nisso. “Eu só queria sair de lá, e agora penso mesmo é em comprar uma piscina”, aponta.