Clubes de Campo Grande toleram atrasos para não perder clientes na baixa temporada

Um ciclo natural todos os anos faz com que os clubes de Campo Grande convivam com uma inadimplência alta no meio do ano, quando as temperaturas caem na Capital. Nas proximidades do verão, porém o processo inverte e um grande número de sócios busca a reativação do vínculo na proximidade das férias. A repetição do […]

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Um ciclo natural todos os anos faz com que os clubes de Campo Grande convivam com uma inadimplência alta no meio do ano, quando as temperaturas caem na Capital. Nas proximidades do verão, porém o processo inverte e um grande número de sócios busca a reativação do vínculo na proximidade das férias.

A repetição do ciclo criou uma ‘tolerância amigável’ das instituições com os devedores. “Sabemos que o sócio freqüentando traz outras pessoas que se gostarem podem buscar um título do Clube. Não é do nosso interesse negativar o nome de alguém, pois sabemos que quando a situação financeira aperta, a primeira coisa que se corta é o lazer”, diz a Diretoria Financeira do Clube Estoril que tem 2676 associados, Maria Fátima Corado Gabriel.

No caso do Estoril, a falta de pagamento no primeiro mês gera uma notificação ao associado para que procure a secretaria a fim de ajustar sua situação financeira. O clube só cancela a entrada do sócio com inadimplência e seus dependentes apenas com 60 dias de atraso nas mensalidades. Nesta situação a própria catraca da portaria trava com a identificação da carteirinha eletrônica.

“Minha família teve o título durante a minha juventude. Depois adulto virei sócio do Estoril e freqüentei mais um tempo só que desisti por conta do critério deles sobre os visitantes. Além de existir uma taxa de R$ 10,00 por convidado, fora o pagamento do exame médico, eu ficava impossibilitado de levar as mesmas pessoas por um prazo de 60 dias.

O clube faz isso para forçar o convidado a se tornar sócio. Com eu não podia levar quem eu queria desisti”, fala o fisioterapeuta, Leonardo Siqueira, que após o afastamento não procurou mais o clube.

Outros clubes

Com um quadro de 1300 associados, o Rádio Clube assim como o Clube Estoril também prefere não negativar o nome de seus vinculados em atraso com a tesouraria. De acordo com a Diretoria Executiva a medida não oferece um custo benefício, pois prejudicaria a manutenção dos seus sócios.

“Não vale a pena pois o nosso sócio sempre volta. Hoje graças a Deus a nossa inadimplência no meio do ano é muito baixa, algo em 10%. Os sócios utilizam muito a nossa sede do centro de Campo Grande, onde a estrutura tem sauna, academia e outras atrações que o inverno não atrapalha. Na sede campo o tênis e o futebol tem gente o ano todo, as piscinas que perdem um pouco quando esfria”, relata o gerente Ruy Lima, da Diretoria Executiva do Rádio Clube.

Já o Departamento Financeiro do Águas do Pantanal adota um posicionamento diferente.Os sócios inadimplentes são agendados para renegociações e notificados de suas pendências após 60 dias de atraso. Contudo a entidade realiza a negativação de nomes dos associados devedores.

Nosso movimento também reduz no período em que não há férias, principalmente no inverno. Em julho até que não em virtude do nosso pesqueiro, que recebe gente o ano todo. Mas há meses em que temos nível de inadimplência com até 70% do nosso quadro. Tentamos de todas as formas um acordo com o titular, mas se não houver possibilidade podemos sim realizar a negativação”, comenta a chefe de cobrança do clube, Eniva Moraes.

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