Choque de trem deixa 99 feridos em Buenos Aires

Pelo menos 99 pessoas ficaram feridas no choque de um trem neste sábado na estação terminal Once de Buenos Aires, no mesmo local onde em 2012 outro acidente deixou 51 mortos e 700 feridos. “Noventa e nove pacientes foram atendidos em hospitais portenhos como consequência do acidente”, informou a Secretaria da Saúde de Bueno Aires. […]

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Pelo menos 99 pessoas ficaram feridas no choque de um trem neste sábado na estação terminal Once de Buenos Aires, no mesmo local onde em 2012 outro acidente deixou 51 mortos e 700 feridos.

“Noventa e nove pacientes foram atendidos em hospitais portenhos como consequência do acidente”, informou a Secretaria da Saúde de Bueno Aires. Não há registro de mortos.

Os feridos foram levados para doze hospitais da capital argentina e, embora alguns permaneçam em observação, “não há ninguém em estado grave”, indicou a secretária de Saúde da cidade, Graciela Reybaud.

No hospital Ramos Mejía, “46 pessoas deram entrada, sendo que dez receberam alta, e as demais continuam em observação, entre elas um menino de 8 anos com ferimentos leves”, disse Alejandro Muñoz, diretor da equipe de emergência.

O trem, que faz o transporte diário de milhares de pessoas, viajava com um número reduzido de passageiros por ser sábado.

Julio, que viajava no terceiro vagão, afirmou à imprensa que, depois do impacto, os passageiros se revoltaram com o condutor.

“As pessoas gritavam com ele, chamando-o de assassino, e jogavam pedras contra ele, que estava caído, mas consciente. Mas os bombeiros chegaram e o levaram, e não vi se estava ferido”, contou.

O porta-voz do sindicato de maquinistas La Fraternidad, Horacio Caminos, informou que o condutor está internado em estado “delicado, embora, aparentemente, não corra risco de morrer”.

“Tem 45 anos e muita experiência”, acrescentou.

“O trem passou por todas as revisões técnicas sem observações e tinha sido submetido a uma revisão integral na última terça-feira”, disse o ministro dos Transportes, Florencio Randazzo, em uma entrevista coletiva à imprensa, descartando uma falha no sistema de frenagem.

Randazzo assegurou que a formação “entrou no terminal a uma velocidade maior que a permitida” e que o sistema de GPS tinha indicado que as paradas anteriores haviam sido realizadas “sem inconvenientes”.

Em relação ao maquinista, Randazzo disse que o exame de rotina feito antes da jornada de trabalho para indicar o consumo de bebida alcoólica tinha dado resultado negativo e que “em momento algum foram comunicadas falhas à torre de controle” ao longo da viagem.

O acidente aconteceu na mesma estação terminal onde o choque de um trem contra a plataforma de embarque deixou 51 mortos e 700 feridos em 22 de fevereiro de 2012, em uma das piores tragédias ferroviárias da Argentina.

Em 13 de junho passado, outro acidente na linha Sarmiento deixou 13 mortos e 155 feridos quando um trem de passageiros se chocou com outro que estava parado perto da estação Castelar, 30 km a oeste de Buenos Aires.

“Viajamos todos os dias, mas com medo. Vamos todos na expectativa para ver se o trem freia ou não”, disse Jorge, um dos passageiros que escaparam ilesos.

Depois desses acidentes, o governo nacional anunciou uma troca de composições, todas em péssimas condições, por trens fabricados na China.

Os acidentes de trem também comprometem a popularidade do governo de Cristina Kirchner e este novo acidente acontece a uma semana das eleições legislativas de 27 de outubro.

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